Jornalista é multado por lei que proíbe “propaganda LGBTQIA+” na Rússia
Desde 2013, a Rússia criminalizou a "propaganda" de orientações sexuais não tradicionais para crianças
O jornalista russo Yury Dud foi multado em 120 mil rublos (R$ 11.169,81) por um tribunal de Moscou, nesta terça-feira (12), sob uma lei que proíbe “propaganda” em apoio a relacionamentos LGBTQIA+.
O tribunal distrital de Lefortovo disse que o homem de 35 anos foi multado por divulgar “propaganda de relações sexuais não tradicionais entre menores”.
O ex-repórter esportivo Dud, de 35 anos, é uma das principais estrelas da mídia da Rússia, tendo se destacado por meio de entrevistas e documentários acerbos e politicamente tingidos no YouTube, onde ele tem mais de 10 milhões de inscritos.
Em outubro do ano passado, Dud foi multado em 100.000 rublos (R$ 9.308) por acusações de “propaganda de drogas”, depois que um grupo de lobby pró-Kremlin pediu ao Ministério de Assuntos Internos da Rússia para investigá-lo.
Em 15 de abril, Dud foi designado agente estrangeiro pelo Ministério da Justiça da Rússia depois de se opor publicamente à guerra da Rússia na Ucrânia, que ele chamou de “frenesi imperial”.
O advogado de direitos humanos Pavel Chikov disse que o caso contra Dud foi baseado em uma entrevista, feita no YouTube em 2021, onde o jornalista conversou com um artista gay — embora Chikov tenha dito que a entrevista não era sobre orientação sexual.
Desde 2013, a Rússia criminalizou a “propaganda” de orientações sexuais não tradicionais para crianças, como parte da agenda conservadora mais ampla do Kremlin.
Na semana passada, o presidente do parlamento, Vyacheslav Volodin, pediu a proibição total da promoção de “valores não tradicionais” na Rússia.
