Jornalista e cinegrafista da rede Al Jazeera são mortos em ataque em Gaza
Ismail Al-Ghoul e Rami Al-Rifi faziam uma reportagem em frente à casa da família de Ismail Haniyeh, morto na última madrugada no Irã
Um correspondente da rede Al Jazeera – Ismail Al-Ghoul – e um colega foram mortos em um ataque aéreo israelense no norte de Gaza, onde eles estavam relatando ao vivo a partir de um local perto da casa da família destruída do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, morto na última madrugada.
Al-Ghoul, de 27 anos, e seu cinegrafista Rami Al-Rifi, que moravam no enclave sitiado, foram mortos no campo de refugiados de Al Shati, segundo a rede sediada no Catar.
Ambos os jornalistas faziam reportagens ao vivo durante grande parte do dia, de um local próximo da antiga casa de Haniyeh, que foi assassinado na capital iraniana, Teerã.
A CNN está buscando um posicionamento de militares israelenses.
Um jornalista da CNN em Gaza disse que os dois foram alvos de um ataque aéreo israelense.
“Ismail estava no campo de refugiados de Al Shati com Rami Al-Rifi, onde eles estavam filmando reações ao assassinato de Haniyeh”, disse Khader Al-Za’anoun à CNN. “Seus corpos estão agora no hospital de Al Ahli e serão enterrados em breve… não posso acreditar que eles se foram.”
Ismail Al-Ghoul, estava usando um colete antibombas quando foi morto no ataque israelense no norte de Gaza, segundo seu colega.
Anas Al-Sharif disse à Al Jazeera que um “ataque direto” tinha matado Al-Ghoul junto com seu cameraman Rami Al-Rifi.
“Ismail estava carregando e cobrindo o sofrimento do povo de Gaza enquanto usava este colete de imprensa, mas a ocupação israelense não quer essa cobertura,” Al-Sharif disse, enquanto estava ao lado dos corpos dos dois homens atrás dele no Hospital Baptista Al-Ahli nas proximidades.
Outro jornalista que passou grande parte do dia com a equipe da Al Jazeera, Ayman Abed, disse ter visto um míssil atingir seu veículo.
A campanha militar israelense em Gaza foi o período mais mortal para os jornalistas desde 1992. Até 31 de julho, pelo menos 111 jornalistas e trabalhadores da mídia foram mortos desde outubro -109 dos quais eram palestinos – de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
As agências de direitos humanos têm repetidamente pedido a proteção dos jornalistas no enclave devastado. Em fevereiro, especialistas das Nações Unidas alertaram que “ataques direcionados e assassinatos de jornalistas são crimes de guerra”.