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    Jornalista da CNN vivencia terremoto na Turquia: “Tremor ficou cada vez mais forte”

    Relato em primeira mão é do jornalista da CNN Eyad Kourdi sobre a experiência do terremoto de magnitude 7,8 em Gaziantep

    Eyad KourdiIvana Kottasováda CNN

    Passava um pouco das 4h15 e meus pais acordaram aterrorizados, gritando enquanto o chão tremia. Eu gritei para eles se protegerem: “Vai acabar logo, vai acabar logo”, eu gritei, mesmo parecendo que nunca iria acabar.

    Eu não estava muito preocupado no começo. É apenas mais um pequeno terremoto, do tipo que sentimos a cada dois meses por aqui, pensei.

    Mas apenas alguns segundos depois, tornou-se tão instável que a mobília estava caindo e eu podia ouvir objetos se quebrando. A força parecia alguém tentando me derrubar, eu podia sentir as violentas reverberações em meu peito. Eu caí no chão e o tremor continuou. Passaram-se alguns minutos antes de finalmente parar.

    Saímos correndo de casa, de pijama e chinelo. Estava um frio congelante e uma chuva torrencial. Havia neve no chão. A vizinhança inteira estava nas ruas.

    Vinte minutos depois, quando pensávamos que poderia ter acabado, vieram os primeiros tremores secundários. Contei onze, um após o outro.

    Corri de volta para dentro para pegar alguns casacos e botas adequadas e pulamos em um carro para nos movermos para uma área aberta, longe dos prédios. Ouvi ambulâncias e caminhões de bombeiros indo para a cidade velha, cheia de estruturas mais antigas e frágeis.

    Os tremores secundários continuaram chegando durante o dia. Alguns eram incrivelmente fortes. Um atingiu quando eu estava ao lado de um grande edifício muito danificado. Um oficial da defesa civil gritou para todos correrem.

    Mais tarde, dirigi até Pazarcık, uma cidade de 35 mil habitantes mais próxima do epicentro. Parecia o Armagedom. Há pelo menos um prédio completamente destruído em cada rua.

    Fiquei em Pazarcık por 30 minutos e, nesse curto espaço de tempo, senti quatro tremores secundários. Não parecia seguro ficar, então voltei para Gaziantep.

    Foi quando o chão começou a tremer novamente, parecia bíblico. Todos saíram correndo de seus carros. O tremor era tão forte que eu mal conseguia ficar de pé. A água na vala ao lado da estrada batia violentamente para frente e para trás como em uma tempestade.

    Em Gaziantep, estamos abrigados dentro de uma mesquita onde é mais seguro do que em nossa casa. Funcionários municipais têm distribuído água, pão e arroz quente.

    Sei que seria ainda mais seguro ficar do lado de fora, caso haja mais tremores secundários. Mas a temperatura está um pouco acima de zero. Meus pais não podem ficar ao relento.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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