Jornalista da CNN vivencia terremoto na Turquia: “Tremor ficou cada vez mais forte”
Relato em primeira mão é do jornalista da CNN Eyad Kourdi sobre a experiência do terremoto de magnitude 7,8 em Gaziantep
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Estragos provocados por terremoto que atingiu o sul da Turquia. • Getty Images
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O terremoto ocorreu a 23 km a leste de Nurdagi, na província de Gaziantep, na Turquia, a uma profundidade de 24,1 km. É um dos mais fortes a atingir a região me mais de um século, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos. • Getty Images
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O jornalista Eyad Kourdi, que mora em Gaziantep, afirmou que houve até oito tremores secundários “muito fortes” menos de um minuto após o terremoto. • Getty Images
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No terremoto ocorrido às 4h16 na Turquia, casas na Síria foram destruídas nesta segunda-feira (6). • Getty Images
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O terremoto foi sentido em muitas províncias, especialmente em Gaziantep, Sivas, Hatay, anlurfa, Mersin, Samsun e Trabzon. A Turquia emitiu um alarme de nível 4. O alarme também contém o código de ajuda internacional. Há muitos mortos e feridos. Houve 66 tremores secundários, o maior dos quais foi de 6,6. • Getty Images
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Civis sírios inspecionam um prédio residencial destruído após um terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Síria. • Getty Images
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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, enviou seus “melhores desejos” aos afetados pelo terremoto. Erdogan disse que o terremoto foi sentido em muitas partes do país e que a Autoridade de Gerenciamento de Emergências e Desastres (AFAD) da Turquia está em alerta para ajudar as vítimas. • Getty Images
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Uma vista aérea dos destroços de um prédio desabado após o terremoto de magnitude 7,7 atingir Hatay, na Turquia. • Getty Images
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Outra vista aérea dos destroços de um prédio desabado em Hatay, na Turquia.
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Equipes de resgate trabalham para resgatar sobreviventes nos escombros. • Getty Images
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Mais de 2.000 pessoas foram resgatadas dos escombros na Turquia. • Reuters
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Uma visão do prédio desmoronado após o terremoto desta segunda em Gaziantep, Turquia. Equipes estão retirando os feridos dos destroços do prédio que desabou. • Getty Images
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Mais de 2.000 pessoas foram resgatadas dos escombros na Turquia. • Photo by Ercin Erturk/Anadolu Agency via Getty Images
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Vista aérea de Karamamaras após terremoto na Turquia • Photo by Ahmet Akpolat/ dia images via Getty Images
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Mais de 3 mil pessoas já morreram após terremoto na Turquia • Photo by Burak Kara/Getty Images
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Equipes de resgate atuam nos escombros em Gaziantep • Photo by Emin Sansar/Anadolu Agency via Getty Images
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Resgates em Sanliurfa, na Turquia, após de terremoto de magnitude de 7,8 • Photo by Rauf Maltas/Anadolu Agency via Getty Images
Passava um pouco das 4h15 e meus pais acordaram aterrorizados, gritando enquanto o chão tremia. Eu gritei para eles se protegerem: “Vai acabar logo, vai acabar logo”, eu gritei, mesmo parecendo que nunca iria acabar.
Eu não estava muito preocupado no começo. É apenas mais um pequeno terremoto, do tipo que sentimos a cada dois meses por aqui, pensei.
Mas apenas alguns segundos depois, tornou-se tão instável que a mobília estava caindo e eu podia ouvir objetos se quebrando. A força parecia alguém tentando me derrubar, eu podia sentir as violentas reverberações em meu peito. Eu caí no chão e o tremor continuou. Passaram-se alguns minutos antes de finalmente parar.
Saímos correndo de casa, de pijama e chinelo. Estava um frio congelante e uma chuva torrencial. Havia neve no chão. A vizinhança inteira estava nas ruas.
Vinte minutos depois, quando pensávamos que poderia ter acabado, vieram os primeiros tremores secundários. Contei onze, um após o outro.
Corri de volta para dentro para pegar alguns casacos e botas adequadas e pulamos em um carro para nos movermos para uma área aberta, longe dos prédios. Ouvi ambulâncias e caminhões de bombeiros indo para a cidade velha, cheia de estruturas mais antigas e frágeis.
Os tremores secundários continuaram chegando durante o dia. Alguns eram incrivelmente fortes. Um atingiu quando eu estava ao lado de um grande edifício muito danificado. Um oficial da defesa civil gritou para todos correrem.
Mais tarde, dirigi até Pazarcık, uma cidade de 35 mil habitantes mais próxima do epicentro. Parecia o Armagedom. Há pelo menos um prédio completamente destruído em cada rua.
Fiquei em Pazarcık por 30 minutos e, nesse curto espaço de tempo, senti quatro tremores secundários. Não parecia seguro ficar, então voltei para Gaziantep.
Foi quando o chão começou a tremer novamente, parecia bíblico. Todos saíram correndo de seus carros. O tremor era tão forte que eu mal conseguia ficar de pé. A água na vala ao lado da estrada batia violentamente para frente e para trás como em uma tempestade.
Em Gaziantep, estamos abrigados dentro de uma mesquita onde é mais seguro do que em nossa casa. Funcionários municipais têm distribuído água, pão e arroz quente.
Sei que seria ainda mais seguro ficar do lado de fora, caso haja mais tremores secundários. Mas a temperatura está um pouco acima de zero. Meus pais não podem ficar ao relento.