Israel relata disparo de foguetes; confrontos na Faixa de Gaza deixam 9 mortos
Hamas atacou Israel, que respondeu com mísseis em Gaza; tensão teve início após confrontos entre policiais israelenses e manifestantes palestinos; veja fotos
Militantes palestinos na Faixa de Gaza dispararam foguetes contra Jerusalém e o sul de Israel nesta segunda-feira (10), ameaçando punir as autoridades israelenses pelos confrontos violentos com palestinos em Jerusalém.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que nove palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses no território da Palestina, após os ataques contra Israel. O exército israelense não emitiu nenhum comentário imediato sobre qualquer ação que tenha tomado no enclave.
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Sirenes de foguetes soaram em Jerusalém, além de cidades e comunidades próximas a Gaza minutos depois de um ultimato do grupo islâmico Hamas, que governa o enclave, exigindo que Israel retire as forças no complexo da mesquita de Al Aqsa e outro ponto de conflito na cidade sagrada já que o prazo determinado expirou.
Não houve relatos imediatos de vítimas do lançamento de foguetes em Israel, mas a mídia local informou que uma casa nas colinas de Jerusalém havia sido danificada, no surto mais sério de hostilidades com o Hamas em meses.
Ao longo da fronteira fortificada Gaza-Israel, um míssil anti-tanque palestino disparado do território costeiro atingiu um veículo civil, ferindo um israelense, disseram os militares.
O Hamas e o pequeno grupo militante da Jihad Islâmica assumiram a responsabilidade pelos ataques com foguetes. Relatos da mídia israelense disseram que mais de 30 foguetes foram disparados.
“Esta é uma mensagem que o inimigo deve entender bem”, disse Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do Hamas.
Violência em torno da Mesquita de Al Aqsa
Enquanto Israel celebrava o “Dia de Jerusalém” na segunda-feira, marcando a captura das partes orientais da cidade sagrada na guerra árabe-israelense de 1967, a violência irrompeu na mesquita de Al Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã.
O Crescente Vermelho Palestino disse que mais de 300 palestinos ficaram feridos em confrontos com policiais que dispararam balas de borracha, granadas de atordoamento e gás lacrimogêneo no complexo, que também é reverenciado por judeus nos locais dos templos bíblicos.
As escaramuças, nas quais a polícia disse que 21 policiais também ficaram feridos em Al Aqsa, haviam morrido no momento em que o Hamas deu o ultimato às 18h (horário de Brasília).
As hostilidades pegaram o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em um momento difícil, enquanto os oponentes negociam a formação de uma coalizão governamental para destituí-lo após uma eleição inconclusiva de 23 de março.
Para o Hamas, disseram alguns comentaristas, seu desafio a Israel foi um sinal para os palestinos, cujas próprias eleições foram adiadas pelo presidente Mahmoud Abbas, de que agora é o país que comanda a responsabilização de Israel pelos acontecimentos em Jerusalém.
Conflitos recentes em Jerusalém aumentaram a preocupação internacional sobre um conflito mais amplo, e a Casa Branca pediu a Israel que assegurasse a calma durante o “Dia de Jerusalém”.
O bairro de Sheikh Jarrah em Jerusalém Oriental também tem sido um ponto focal dos protestos palestinos durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã.
Várias famílias palestinas enfrentam despejo, sob ordem judicial israelense, de casas reivindicadas por colonos judeus em um processo judicial de longa duração.
Em um esforço para acalmar as tensões, a polícia mudou o rumo de uma marcha tradicional do Dia de Jerusalém, na qual milhares de jovens judeus com bandeiras israelenses caminham pela Cidade Velha. Eles entraram pelo Portão de Jaffa, contornando o Portão de Damasco fora do bairro muçulmano, que tem sido um ponto crítico nas últimas semanas.
A polícia apressou os manifestantes para cobrir o Portão de Jaffa depois que as sirenes soaram. Israel vê toda Jerusalém como sua capital, incluindo a parte oriental que foi anexada após a guerra de 1967, em um movimento que não ganhou reconhecimento internacional. Os palestinos querem que Jerusalém Oriental seja a capital de um estado que procuram em Gaza e na Cisjordânia ocupada por Israel.