Israel prorroga proibição à emissora árabe Al Jazeera
Governo de Benjamin Netanyahu acusa emissora catari de apoiar o Hamas
A proibição das operações da Al Jazeera em Israel foi prorrogada por mais 45 dias pelo regulador de telecomunicações israelense neste domingo (9), depois que o gabinete concordou que suas transmissões representavam uma ameaça à segurança.
Um tribunal de Tel Aviv manteve na semana passada uma proibição inicial de 35 dias às operações da Al Jazeera em Israel, imposta pelo governo por motivos de segurança nacional, que terminou no sábado (8).
Numa decisão separada sobre uma petição da Al Jazeera contra o encerramento, o Supremo Tribunal de Israel descreveu a medida contra o canal de radiodifusão apoiado pelo Catar como “criando um precedente”. A corte deu ao governo de Israel até 8 de agosto para apresentar argumentos sobre “por que não deveria ser determinado que a lei que impede uma emissora estrangeira de prejudicar a segurança nacional” é nula.
A Al Jazeera disse ao tribunal que não incitava à violência ou ao terrorismo e que a proibição era desproporcional, mostraram documentos judiciais. O canal, que criticou as operações militares de Israel em Gaza, não estava imediatamente disponível para comentar.
As transmissões da rede nas empresas de cabo e satélite e o acesso aos seus sites permanecerão bloqueados, disse o Ministério das Comunicações de Israel.
“Não permitiremos que o canal terrorista Al Jazeera transmita a partir de Israel e ponha em perigo os nossos combatentes”, disse Shlomo Karhi, acrescentando que a lei o autorizava como ministro das Comunicações a tomar tais medidas contra emissoras estrangeiras.
“À luz da gravidade dos danos à segurança do Estado, estou convencido de que as ordens de encerramento também serão prorrogadas no futuro”, disse ele.
O juiz Shai Yaniv disse ter recebido provas, que não especificou, de uma relação estreita e de longa data entre o grupo islâmico palestino Hamas e a Al Jazeera, acusando o canal de promover os objetivos do Hamas.
As autoridades israelenses invadiram um quarto de hotel em Jerusalém usado pela Al Jazeera como escritório em 5 de maio e disseram que iriam encerrar a operação enquanto durasse a guerra em Gaza.