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    Israel nega ataque contra pessoas que aguardavam ajuda humanitária em Gaza

    Militares afirmaram que dispararam apenas "tiros de advertência"

    Da Reuters

    Os militares de Israel disseram que não conduziram um ataque no norte da Faixa de Gaza nesta quinta-feira (29), onde mais de 100 palestinos foram mortos enquanto esperavam por entrega de ajuda humanitária.

    As autoridades de saúde de Gaza afirmaram que as forças israelenses mataram a tiros mais de 100 palestinos que esperavam pelos suprimentos, mas Israel contestou o número de mortos e alegou que muitas das vítimas foram atropeladas por caminhões de ajuda.

    Na manhã desta quinta, um oficial do exército israelense destacou que houve dois incidentes. No primeiro, dezenas de pessoas foram mortas ou feridas enquanto tentavam receber ajuda dos caminhões e foram pisoteadas ou atropeladas.

    Posteriormente, à medida que os caminhões se afastavam, teria ocorrido um segundo incidente em que algumas pessoas na multidão abordaram tropas, que se sentiram ameaçadas e abriram fogo, matando um número desconhecido em uma “resposta limitada”.

    O porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, reiterou que dezenas de pessoas foram pisoteadas até a morte ou feridas na luta para levar suprimentos aos caminhões, mas não fez menção ao segundo incidente em que as tropas abriram fogo contra a multidão.

    Ele ressaltou que os tanques israelenses que escoltavam os caminhões dispararam tiros de advertência para dispersar a multidão e recuaram quando a situação começou a ficar fora de controle.

    “Nenhum ataque das FDI [Forças de Defesa de Israel] foi conduzido contra o comboio de ajuda”, sustentou.

    “As FDI estavam lá conduzindo uma operação humanitária para proteger o corredor humanitário e permitir que o comboio de ajuda chegasse ao ponto de distribuição designado”, adicionou.

    Pelo menos 104 pessoas morreram e mais de 760 ficaram feridas no incidente perto da Cidade de Gaza, disseram autoridades de saúde palestinas, enquanto o número de mortos em quase cinco meses de guerra ultrapassou 30 mil.

    Os médicos disseram que não conseguiam lidar com o volume e a gravidade dos ferimentos. Dezenas de pessoas foram levadas para o hospital Al-Shifa, que está apenas parcialmente operacional após os ataques israelenses.

    Maior número de mortes civis em semanas

    O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que foi o caso foi um “massacre feio conduzido pelo Exército de ocupação israelense contra pessoas que esperavam por caminhões de ajuda na rotatória de Nabulsi”.

    O Hamas alertou que o incidente pode comprometer as negociações no Catar destinadas a garantir um cessar-fogo e a libertação dos reféns israelenses que mantém, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quando questionado se achava que isso complicaria as negociações, ponderou: “Eu sei que irá”.

    A Casa Branca informou que Biden discutiu o “incidente trágico e alarmante” com os líderes do Egito e do Catar, bem como formas de garantir a libertação dos reféns do Hamas e um cessar-fogo de seis semanas.

    Os EUA estão buscando urgentemente informações sobre o que aconteceu, disse o Departamento de Estado, acrescentando que Washington pressionará por respostas de Israel, que disse estar investigando.