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    Israel está determinado a tomar Rafah, apesar de “possível ruptura” com EUA

    A perspectiva de tanques e tropas invadirem Rafah preocupa Washington, na ausência de um plano para mover mais de um milhão de palestinos

    Reuters

    Israel assumirá o controle de Rafah, mesmo que isso cause uma ruptura com os Estados Unidos, disse uma autoridade israelense nesta quinta-feira, descrevendo a cidade repleta de refugiados como um último bastião do Hamas, que abriga um quarto dos combatentes do grupo militante palestino.

    A perspectiva de tanques e tropas invadirem Rafah preocupa Washington, na ausência de um plano para mover mais de um milhão de palestinos que têm se abrigado lá desde que foram deslocados de outras partes da Faixa de Gaza durante a guerra de cinco meses.

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se comprometeu a garantir a retirada dos civis e ajuda humanitária – medidas que autoridades israelenses devem discutir na Casa Branca nos próximos dias, a pedido do presidente dos EUA, Joe Biden.

    “Estamos bastante confiantes de que podemos fazer isso de uma forma que seja eficaz – não apenas militarmente, mas também no aspecto humanitário. E eles têm menos confiança de que podemos fazer isso”, disse um dos enviados israelenses, o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, no podcast “Call Me Back with Dan Senor”.

    Dermer, ex-embaixador nos EUA, disse que Israel ouvirá as ideias norte-americanas para Rafah, mas a cidade na fronteira de Gaza com o Egito será tomada independentemente de os aliados chegarem ou não a um acordo.

    “Isso acontecerá mesmo que Israel seja forçado a lutar sozinho. Mesmo que o mundo inteiro se volte contra Israel, inclusive os Estados Unidos, lutaremos até que a batalha seja vencida.”

    Enquanto os combates ocorriam no norte de Gaza, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitou o Cairo para conversar com autoridades árabes sobre uma proposta de cessar-fogo. Israel está aberto a uma trégua, mas descartou a possibilidade de encerrar a guerra com o Hamas.

    Dermer disse que deixar o grupo militante vivo convidaria a ataques sem fim contra Israel vindos de toda a região: “E é por isso que a determinação de acabar com eles é tão forte, mesmo que isso leve a uma possível ruptura com os Estados Unidos.”

    Ao mesmo tempo em que apoia os objetivos de guerra de Israel, o governo Biden tem questionado o número crescente de civis palestinos mortos.

    A ofensiva israelense já matou quase 32.000 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, sem fornecer uma divisão entre civis e combatentes. O Hamas matou 1.200 pessoas em Israel em 7 de outubro e sequestrou 253, de acordo com os registros israelenses.

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