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    Israel e Hezbollah trocam acusações de violações do cessar-fogo no Líbano

    Troca de acusações destacou a fragilidade do cessar-fogo, que foi intermediado pelos Estados Unidos e pela França para encerrar o conflito, travado em paralelo com a guerra de Gaza

    Maya Gebeilyda Reuters , em Beirute

    O Exército israelense disse que sua força aérea atacou uma instalação usada pelo Hezbollah para armazenar foguetes de médio alcance no sul do Líbano nesta quinta-feira (28), depois que ambos os lados se acusaram de violar um cessar-fogo que visa interromper mais de um ano de combates.

    Israel disse que também abriu fogo nesta quinta-feira contra o que chamou de “suspeitos” com veículos chegando a várias áreas na zona sul, dizendo que foi uma violação da trégua com o Hezbollah, que entrou em vigor na quarta-feira (27).

    O parlamentar do Hezbollah, Hassan Fadlallah, por sua vez, acusou Israel de violar o acordo.

    “O inimigo israelense está atacando aqueles que retornam às comunidades da fronteira”, disse Fadlallah aos repórteres, acrescentando que “há violações hoje por parte de Israel, mesmo dessa forma”.

    A troca de acusações destacou a fragilidade do cessar-fogo, que foi intermediado pelos Estados Unidos e pela França para encerrar o conflito, travado em paralelo com a guerra de Gaza.

    A trégua dura 60 dias na esperança de alcançar um cessar permanente das hostilidades.

    O ataque aéreo de Israel na quinta-feira foi o primeiro desde que o cessar-fogo entrou em vigor na quarta-feira de manhã (horário local). Fontes de segurança libanesas e a emissora Al Jadeed disseram que ocorreu perto de Baysariyah, ao norte do Rio Litani.

    O acordo de cessar-fogo estipula que instalações militares não autorizadas ao sul do Rio Litani devem ser desmanteladas, mas não menciona instalações militares ao norte do rio.

    Mais cedo, disparos de tanques israelenses atingiram cinco cidades e alguns campos agrícolas no sul do Líbano, disseram a mídia estatal e fontes de segurança libanesas, dizendo que pelo menos duas pessoas ficaram feridas.

     

    Todas as áreas ficam a 2 km da chamada “Linha Azul” que demarca a fronteira entre o Líbano e Israel, em uma área que o Exército israelense anunciou como zona proibida ao longo da fronteira, mesmo depois que o acordo foi fechado.

    Famílias libanesas deslocadas que vivem perto da fronteira sul tentaram retornar para verificar suas propriedades. Mas tropas israelenses permanecem estacionadas dentro do território libanês em cidades ao longo da fronteira e repórteres da Reuters ouviram drones de vigilância voando sobre partes do sul do Líbano.

    O Exército israelense renovou nesta quinta-feira o toque de recolher obrigatório que restringe a circulação de residentes do sul do Líbano, a sul do rio Litani, entre as 17h (horário local) e as 7h.

    Termos do cessar-fogo

    O acordo, um marco diplomático raro em uma região devastada por conflitos, encerrou o confronto mais mortal entre Israel e o grupo Hezbollah em anos.

    Mas Israel ainda está lutando contra seu outro arqui-inimigo, o Hamas, na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque mortal liderado pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023.

    Ataques israelenses no Líbano mataram pelo menos 3.961 pessoas e feriram outras 16.520 desde outubro de 2023, disse o Ministério da Saúde libanês nesta quinta-feira. Os números não diferenciam entre civis e combatentes.

    Ataques do Hezbollah mataram 45 civis no norte de Israel e nas Colinas de Golã ocupadas por Israel. Pelo menos 73 soldados israelenses foram mortos no norte de Israel, nas Colinas de Golã e em combate no sul do Líbano, de acordo com autoridades israelenses.

    Momento em que prédio é atingido por bombardeio israelense em Beirute.
    Momento em que prédio é atingido por bombardeio israelense em Beirute. • REUTERS

    Pelos termos do cessar-fogo, as forças israelenses podem levar até 60 dias para se retirar do sul do Líbano, mas nenhum dos lados pode lançar operações ofensivas.

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lançou a ofensiva contra o Hezbollah, dizendo que os israelenses no norte do país deveriam poder retornar após serem retirados por causa dos lançamentos de foguetes do Líbano.

    Cerca de 60 mil pessoas retiradas de suas casas no norte israelense ainda não receberam instruções para retornar.

    O Hezbollah disse que seus combatentes “continuam totalmente equipados para lidar com as aspirações e ataques do inimigo israelense” e que suas forças monitorarão a retirada de Israel do Líbano “com as mãos no gatilho”.

    O grupo foi enfraquecido pelas baixas e pela morte de seu líder Hassan Nasrallah e outros comandantes por Israel.

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