Israel diz que iniciará negociações sobre segunda fase de cessar-fogo
País exigiu desmilitarização completa do território junto com troca de reféns restantes por detentos palestinos


Israel iniciará as negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo em Gaza, incluindo a troca dos reféns israelenses restantes por detentos palestinos, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, nesta terça-feira (18), acrescentando que o país exigiu a desmilitarização completa do território.
As negociações para a nova etapa do acordo deveriam estar em andamento antes do término da primeira fase em 2 de março, mas o Catar disse que as conversações ainda não começaram oficialmente.
Um “modelo Hezbollah” em Gaza não seria aceitável para Israel “e, portanto, precisamos de uma desmilitarização total de Gaza e nenhuma presença da Autoridade Palestina”, comentou Saar em uma coletiva de imprensa.
Ele acrescentou que Israel está ciente de um plano alternativo dos Estados árabes para Gaza, feito para combater a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconstruir a faixa sob o controle dos EUA, que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ser digna de exploração.
Israel não apoiaria um plano que transferisse o controle civil de Gaza do Hamas para a Autoridade Palestina, concluiu Saar.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses.
Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino.
Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.