Israel deve ocupar Gaza, mas não anexar território, avalia cientista político
À CNN Rádio, Mauricio Santoro defendeu que anexação da Faixa de Gaza traria “mais problemas do que soluções”
As forças israelenses devem iniciar a incursão terrestre na Faixa de Gaza nos próximos dias, na tentativa de “destruir a capacidade militar” do grupo radical islâmico Hamas.
Esta é a avaliação do cientista político Mauricio Santoro.
À CNN Rádio, ele afirmou que, para atingir esse objetivo, “é necessário ocupar a região”, que é o bastião do Hamas desde os anos 2000.
No entanto, “é difícil anexar Gaza, já que há a percepção de que isso traria mais problemas do que soluções.”
Diante deste cenário, Santoro acredita que, se a ocupação ocorrer, Israel deve “tentar colocar outro grupo palestino no poder para fazer o trabalho complicado de administrar a região e conter ataques ao território israelense.”
O cientista político traçou um paralelo com o que Israel fez com Autoridade Palestina na Cisjordânia, que “não eliminou conflitos violentos, mas nada nunca aconteceu na escala do que ocorre em Gaza.”
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Ao mesmo tempo, Mauricio Santoro lembrou que a ocupação da Faixa de Gaza envolverá inevitavelmente a morte de “muita gente inocente pega no fogo cruzado.”
“O território é pequeno, do tamanho de Belo Horizonte, e tem grande concentração populacional, a guerra moderna, com bombas e foguetes, traz muitos mortos e feridos”, completou.
*Com produção de Isabel Campos