Iraque diz que é “obrigado” a encerrar missão dos EUA no país
Forças Armadas Iraquianas acusaram os Estados Unidos de levar instabilidade para a região
As Forças Armadas Iraquianas disseram na quinta-feira (8) que são obrigadas “mais do que nunca” a encerrar a missão dos Estados Unidos no Iraque, citando o ataque noturno de drones a um veículo na capital Bagdá, que matou um comandante sênior da milícia pró-Irã Kataib Hezbollah.
“Esta trajetória obriga o governo iraquiano, mais do que nunca, a encerrar a missão desta coligação, que se tornou um fator de instabilidade e ameaça envolver o Iraque no ciclo de conflito, e as nossas forças armadas não podem negligenciar os seus deveres e responsabilidades constitucionais”, disse o comunicado.
As forças americanas “conduziram um assassinato flagrante através de um ataque aéreo no coração de um bairro residencial da capital, Bagdá, sem demonstrar consideração pelas vidas de civis ou pelas leis internacionais”, acrescentou o comunicado.
“Com este ato, as forças americanas colocam em risco a paz civil, violam a soberania iraquiana e desconsideram a segurança e a vida dos nossos cidadãos. Ainda mais preocupante é que a coligação se desvia consistentemente das razões e objetivos da sua presença no nosso território”, afirma o comunicado.
O ataque militar dos EUA na quarta-feira (7) em Bagdá matou um comandante do Kataib Hezbollah responsável pelos ataques às forças americanas na região, de acordo com o Comando Central dos EUA.
O ataque ocorreu no momento em que os EUA planejavam retaliações contra militantes apoiados pelo Irã que lançaram uma ofensiva de drones contra um posto avançado dos EUA na Jordânia no mês passado, matando três soldados americanos.
Os EUA atribuíram esse ataque a um grupo guarda-chuva de milícias apoiadas pelo Irã, denominado Resistência Islâmica no Iraque.