Iraniana vencedora do Nobel da Paz que está presa diz em carta que continuará protestos
Mohammadi está cumprindo várias sentenças, sob acusações que incluem divulgação de propaganda contra a República Islâmica
A iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz que está presa, continuará sua luta pelos direitos humanos mesmo que isso a leve à morte, disse ela em uma carta contrabandeada da prisão e publicada nesta segunda-feira (4) pela emissora pública sueca SVT.
Mohammadi está cumprindo várias sentenças na prisão de Evin, em Teerã, sob acusações que incluem a divulgação de propaganda contra a República Islâmica.
“Prisão, tortura psicológica, confinamento solitário constante, sentença após sentença; isso não me deteve e não vai me deter. Vou defender a liberdade e a igualdade, mesmo que isso custe minha vida”, escreveu a ativista, segundo a SVT.
A SVT afirmou que a carta foi escrita em resposta a perguntas que haviam sido contrabandeadas para a prisão por meio de intermediários, mas não revelou detalhes de como a troca havia ocorrido.
Mohammadi iniciou uma greve de fome em novembro para protestar contra o fato de a prisão não lhe dar acesso a cuidados médicos, segundo pontuou.
Nos breves comentários publicados pela SVT, que não deu informações sobre sua saúde, Mohammadi ressaltou que o que mais sentia falta era de seus filhos, Kiana e Ali.
“Especialmente nos dias de hoje, quando todos os novos prisioneiros falam sobre as entrevistas que os dois fizeram…. Faz mais de oito anos que não os vejo”, escreveu.
Kiana destacou à SVT que a família não teve nenhum contato direto com Mohammadi por um ano e nove meses.
“Antes disso, falávamos ocasionalmente por telefone, mas isso acabou”, disse a jovem de 17 anos.
As festividades do Nobel deste ano ocorrerão em 10 de dezembro em Oslo e Estocolmo. Mohammadi será representada por seus filhos, Ali e Kiana Rahman, de acordo com a Fundação Nobel.