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    Irã se recusa a entregar corpos de manifestantes mortos para famílias, diz ONU

    Morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial no mês passado, provocou protestos em todo o país

    Protesto pela morte de Mahsa Amini, em Teerã
    Protesto pela morte de Mahsa Amini, em Teerã Agência de Notícias da Ásia Ocidental via Reuters

    Emma Fargeda Reuters

    em Genebra

    O escritório de direitos humanos das Nações Unidas (ONU) expressou nesta sexta-feira (28) preocupação com o tratamento do Irã aos manifestantes detidos e disse que as autoridades se recusam a liberar alguns dos corpos dos mortos.

    A morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial no mês passado, provocou protestos em um dos desafios mais ousados ​​à liderança clerical do Irã desde a revolução de 1979. Grupos de direitos humanos disseram que pelo menos 250 manifestantes foram mortos e milhares foram presos.

    “Vimos muitos maus-tratos, mas também assédio às famílias dos manifestantes”, disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, em entrevista à imprensa em Genebra, citando várias fontes.

    “De particular preocupação são as informações de que as autoridades estão transferindo manifestantes feridos de hospitais para centros de detenção e se recusando a liberar os corpos dos mortos para suas famílias”, disse ela.

    Shamdasani acrescentou que, em alguns casos, as autoridades estão colocando condições para a liberação dos corpos, pedindo às famílias que não realizem um funeral ou falem com a imprensa. Às vezes, os manifestantes detidos também não recebiam tratamento médico, disse ela.

    Onda de protestos

    Confrontos entre manifestantes e forças de segurança persistem em todo o Irã nas últimas semanas. Vídeos de redes sociais mostram tanques sendo transportados para regiões curdas do país, que têm sido um ponto focal da repressão aos protestos pela morte de Mahsa Amini, que aconteceu enquanto ela estava sob custódia policial.

    Protestos pedindo a queda do establishment clerical varreram o Irã desde que Amini, uma curda iraniana de 22 anos, morreu em 16 de setembro enquanto estava detida pela polícia da moralidade em Teerã por vestir “trajes impróprios”.

    Embora os observadores não acreditem que a agitação esteja perto de derrubar o governo, os protestos marcam um dos desafios mais ousados à República Islâmica desde a revolução de 1979, com relatos de greves se espalhando pelo setor de energia, que é crucial para o país.

    (Edição: Miranda Murray)