Irã registra 5ª morte de paramilitar voluntário durante manifestações no país
Protestos foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma jovem curda detida pela polícia da moralidade
Um quinto membro de um grupo paramilitar voluntário iraniano morreu no domingo depois de entrar em conflito com o que a mídia estatal chamou de “manifestantes e bandidos”, enquanto o presidente do país, Ebrahim Raisi, alertou que os manifestantes seriam tratados “decisivamente” após dias de agitação nacional.
A pessoa morreu devido a ferimentos sofridos na quinta-feira (22) na cidade de Urmia, no noroeste do Irã, disse a agência de notícias estatal iraniana IRNA. Outros membros da Basij, uma organização paramilitar ligada ao poderoso Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), foram mortos em Qazvin, Tabriz, Mashhad e Qouchan.
Os protestos foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma iraniana curda de 22 anos detida pela polícia moral em 13 de setembro acusada de violar o código de vestimenta conservador do país.
Centenas de manifestantes antigovernamentais voltaram às ruas de Teerã e dezenas de outras cidades da província na noite deste domingo (25), apesar das alegações de agências de notícias estatais de que comícios pró-governo acabaram com os protestos.
Os manifestantes se organizaram apesar da repressão das forças de segurança, prisões de manifestantes e interrupção da internet. Os manifestantes gritavam slogans antigovernamentais e anti-Líder Supremo, bem como “morte ao ditador”, enquanto expressavam sua raiva contra as milícias Basij.
Desde sexta-feira (23), manifestações ocorreram em pelo menos 40 cidades em todo o país, incluindo a capital Teerã, com manifestantes exigindo o fim da violência e discriminação contra as mulheres, bem como o fim do uso obrigatório do hijab.