Irã emite mandado de prisão para Trump por morte de Qasem Soleimani
Chefe da Guarda Revolucionária do país foi morto em janeiro em um ataque de drones dos Estados Unidos no aeroporto internacional de Bagdá, no Iraque
Trump é uma das 36 pessoas contra as quais o Irã emitiu mandados de prisão por causa da morte de Qasem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária. Segundo a Fars, o procurador-geral de Teerã, Ali Alqasi Mehr, disse que Trump seria processado assim que deixar a presidência, após o término de seu mandato.
O Irã também disse que pediu à Interpol para emitir um alerta vermelho para esses 36 indivíduos, informou outra agência estatal de notícias, a ISNA, embora seja improvável que o pedido seja atendido. A CNN entrou em contato com a Interpol para comentar a requisição de Teerã.
Soleimani foi morto em um ataque de drones dos EUA no aeroporto internacional de Bagdá em janeiro, junto com outras cinco pessoas, incluindo Abu Mahdi al-Muhandis, vice-chefe das Forças de Mobilização Popular do Iraque, apoiadas pelo Irã.
O ataque, considerado pelo Irã e seus aliados como um assassinato, ampliou a desestabilização regional.
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O enviado norte-americano para o Irã, Brian Hook, tratou o pedido de prisão como um “golpe de propaganda”.
“Nossa avaliação é de que a Interpol não intervém e não emite alertas vermelhos baseados em natureza política”, disse Hook em entrevista coletiva na Arábia Saudita nesta segunda-feira. “Esse é de natureza política. Isso não tem nada a ver com segurança nacional, paz internacional ou promoção da estabilidade. É um golpe de propaganda que ninguém leva a sério.”
Um porta-voz do poder Judiciário do país, Gholam-Hossein Esmaili, anunciou no início de junho que um cidadão iraniano havia sido condenado à morte por supostamente trabalhar para agências de inteligência estrangeiras.
Esmaili afirmou que Seyed Mahmoud Mousavi Majd divulgou o paradeiro de Soleimani a oficiais de inteligência dos EUA.
O governo Trump via Soleimani como um assassino cruel, e o presidente norte-americano disse a repórteres em janeiro que o general deveria ter sido morto por presidentes anteriores.
O Pentágono culpou Soleimani pela morte de centenas de americanos e aliados dos EUA nos meses que antecederam sua morte.
“O general Soleimani desenvolvia ativamente planos para atacar diplomatas e militares norte-americanos no Iraque e em toda a região”, disse o Pentágono na época, chamando o ataque de ação “defensiva decisiva”, com o objetivo de impedir futuros ataques iranianos.
(Com informações de Nada AlTaher e Tara John, da CNN, e Reuters)