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    Invasão ao Capitólio: mensagens foram apagadas pelo Serviço Secreto dos EUA

    Documento não informa se as comunicações foram apagadas intencionalmente, mas incidente aumenta dúvidas sobre resposta das autoridades ao fato

    Jamie GangelZachary CohenRyan Noblesda CNN*

    O Serviço Secreto dos Estados Unidos apagou mensagens de texto dos dias 5 e 6 de janeiro de 2021, logo após elas serem solicitadas por supervisores que investigam a resposta da agência à invasão do Capitólio, segundo uma carta entregue ao comitê seleto da Câmara que investiga a insurreição. A CNN teve acesso ao documento.

    A carta, que foi originalmente enviada aos Comitês de Segurança Interna da Câmara e do Senado pelo inspetor-geral do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), diz que as mensagens foram apagadas do sistema como parte de um programa de substituição de dispositivos depois que o órgão de vigilância pediu à agência registros relacionados a suas comunicações eletrônicas.

    “Primeiro, o Departamento nos notificou que muitas mensagens de texto do Serviço Secreto dos EUA dos dias 5 e 6 de janeiro de 2021 foram apagadas como parte de um programa de substituição de dispositivos. O USSS [Serviço Secreto dos Estados Unidos, na sigla em inglês] apagou essas mensagens de texto depois que o OIG [Gabinete do Inspetor-Geral, na sigla em inglês] solicitou registros de comunicações eletrônicas do USSS, como parte de nossa avaliação dos eventos no Capitólio em 6 de janeiro”, afirmou a carta do inspetor-geral, Joseph Cuffari.

    “Segundo, os funcionários do DHS disseram repetidamente aos inspetores do OIG que eles não tinham permissão para fornecer registros diretamente ao OIG e que esses registros precisavam primeiro ser revisados pelos advogados do DHS”, acrescentou Cuffari. “Esta revisão levou a atrasos de semanas na obtenção de registros pelo OIG e criou confusão sobre se todos os registros foram produzidos”.

    O site “The Intercept” foi o primeiro a relatar a carta do inspetor-geral do DHS.

    O Serviço Secreto dos EUA e o inspeto- geral de Segurança Interna não responderam imediatamente ao pedido de comentário da CNN. O comitê seleto da Câmara se recusou a comentar.

    O deputado Bennie Thompson, um democrata do Mississippi, preside os comitês de Segurança Interna da Câmara e de 6 de janeiro.

    Embora a carta não diga se o órgão de vigilância do DHS acredita que essas mensagens de texto foram apagadas intencionalmente ou por um motivo perverso, o incidente aumenta as dúvidas crescentes sobre a resposta do Serviço Secreto ao ataque ao Capitólio dos EUA.

    O Serviço Secreto está no centro das atenções desde que testemunhas descreveram como o ex-presidente Donald Trump, com raiva, exigiu que seu destacamento de segurança o levasse ao Capitólio após seu discurso no Parque Elipse da Casa Brancapouco antes dos manifestantes invadirem o prédio.

    Um ex-assessor do então vice-presidente Mike Pence também fez referência ao Serviço Secreto em seu depoimento. Greg Jacob, ex-advogado de Pence, disse ao júri que Pence se recusou a entrar no veículo da vice-presidência após ser evacuado do Capitólio, levantando preocupações de que o motorista o levaria para um local seguro e, assim, o impediria de certificar os resultados eleitorais.

    Mais de um ano após o tumulto, a revisão geral do inspetor de Segurança Interna do Serviço Secreto e suas ações em 6 de janeiro continuam em andamento.

    *Com informações de Whitney Wild e Hannah Rabinowitz, da CNN.

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