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    ‘Intervenção dos Estados Unidos no Afeganistão foi um fracasso’, diz professor

    Foram 20 anos de ocupação de tropas americanas no país que terminaram em dias caóticos e de violência, segundo análise de Aureo Toledo

    da CNN , em São Paulo

    A intervenção dos Estados Unidos no Afeganistão foi um fracasso. Esta é a avaliação de Aureo Toledo, professor de relações internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

    Foram 20 anos de ocupação de tropas americanas que terminaram em dias caóticos e de violência, com os ataques promovidos pelo grupo Estado Islâmico-K. Com a saída dos americanos, cresce também a expectativa para a formação de um novo governo oficial do Talibã.

    “[A invasão dos Estados Unidos] foi um fracasso. Ainda que em algum momento ela tenha priorizado a questão do contraterrorismo, da caçada ao Al-Qaeda e do assassinato do Bin Laden, em termos de legado para o Afeganistão o resultado é muito ruim”, afirmou Toledo.

    Isso porque a intervenção, que tinha como objetivo reconstruir e entregar uma democracia com orientação para o mercado, não deu nenhum resultado. “Eles [os americanos] não conseguiram entregar programas que apresentassem alternativa para o povo afegão.”

    “Num processo de paz, o que precisa fazer em alguma medida é apresentar uma alternativa de futuro para uma população, mas essa alternativa demanda uma série de esforços, dentre eles desarmar, desmobilizar e reintegrar parte das antigas milícias ao processo de paz que está sendo construindo, e isso nunca foi feito.”

    Segundo o professor, o Talibã e uma parte significativa da população que apoiava o grupo foi excluída da maior parte do processo político após a chegada dos Estados Unidos, em 2001.

    Fotos – a saída dos EUA do Afeganistão

    [cnn_galeria id_galeria=”482079″ title_galeria=”Veja imagens da evacuação de forças dos EUA e aliados do Afeganistão”/]

    “Em 2002, 2003, o Talibã estava tão fragilizado que tentou participar dessas negociações políticas, mas foi vetado. Aí, a influência do Talibã cresceu, o que culminou numa reorganização a partir de 2005 e que nunca foi combatida, e o resultado nós vemos: os Estados Unidos entraram para tirar o Talibã e agora saem com o Talibã.”

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