Insistimos em acesso desimpedido a vulneráveis, diz representante do Brasil na ONU
Durante discurso no Conselho de Segurança, João Genésio de Almeida Filho defendeu soluções humanitárias para os refugiados da guerra na Ucrânia
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu, nesta segunda-feira (7), para discutir sobre a crise humanitária provocada pela invasão russa à Ucrânia. Em seu discurso, o representante do Brasil nas Nações Unidas, João Genésio de Almeida Filho, afirmou que o país “pede às partes que continuem a estabelecer possibilidades humanitárias e a responder chamados humanitários”.
O embaixador ressaltou a importância de garantir o acesso ao auxílio humanitário dos refugiados da Ucrânia, sobretudo dos mais vulneráveis. “Nenhum tipo de dificuldade deve ser imposto às populações vulneráveis, sobretudo com sanções econômicas”, disse.
Durante o discurso, o representante do Brasil defendeu que devem ser atendidas “as necessidades tanto daqueles que desejam deixar o país quanto dos que desejam permanecer”.
João Genésio considerou que o Conselho de Segurança deve “trabalhar em conjunto para permitir o estabelecimento de corredores humanitários e também para abrir a possibilidade de diálogo e diplomacia seguindo os princípios da lei da Carta Magna da ONU”
Na última semana, tropas russas concordaram com um cessar-fogo temporário para a abertura dos corredores humanitários nas cidades de Mariupol e Volnovakha, no Sul da Ucrânia.
No entanto, a medida falhou nas três tentativas realizadas, no sábado, domingo e segunda, com o governo ucraniano acusando o exército russo de continuar os bombardeios na região, impedindo o resgate de civis e passagem de refugiados.
De acordo com o representante do Brasil, as soluções para o conflito na Ucrânia virão do diálogo entre as partes envolvidas e pela construção de consenso. “O consenso, nesse sentido, permitirá o envio de uma mensagem humanitária”, afirmou.
“Há alguns dias atrás a Assembleia-Geral enviou uma mensagem política instando por uma resolução rápida do conflito, pedindo imediatamente a paz. Agora, o Conselho de Segurança deve fazer seu papel e contribuir de forma genuína para a solução desse conflito”, completou o embaixador.
De acordo com a Agência da ONU para refugiados, a Acnur, em apenas 11 dias, mais de 1,7 milhão de pessoas precisaram fugir da Ucrânia por conta da guerra iniciada com a invasão de forças russas.
“Esta é agora a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, disse a Agência.
O Conselho de Segurança é um órgão da ONU criado para preservar a paz e a manutenção do sistema de segurança internacional. O colegiado é composto por cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) que possuem poder de veto e outros dez integrantes alternados que são eleitos para mandatos de dois anos.