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    Covid-19: Indonésia coloca influenciadores em grupo prioritário da vacinação

    Governo decidiu incluir celebridades ao lado de quase 1,5 milhão de profissionais de saúde entre os primeiros imunizados para transmitir mensagem positiva

    Influenciador Raffi Ahmad foi um dos primeiros vacinados contra a Covid-19
    O influenciador Raffi Ahmad, tem mais quase 50 milhões de seguidores no Instagram, publicou foto com o presidente indonésio Joko Widodo antes de ambos serem vacinados contra Covid-19
    Foto: Reprodução/raffinagita1717/Instagram

    Entre os primeiros na fila de vacinas contra o novo coronavírus na Indonésia está um grupo diferente do visto em outros países: o de influenciadores nas redes sociais.

    Ao lado do presidente Joko Widodo, enquanto o quarto país mais populoso do mundo dava início à campanha de vacinação na quarta-feira (14), estava a personalidade da televisão indonésia, Raffi Ahmad, que possui quase 50 milhões de seguidores no Instagram.

    “Alhamdulillah [louvado seja Deus], uma vacina … Não tenha medo de vacinas”, escreveu a celebridade de 33 anos em um vídeo de Widodo recebendo a injeção, ao lado de um emoji de coração e outro da bandeira vermelha e branca da Indonésia.

    Decidir quem deve ser o primeiro na fila para doses limitadas de vacina tem sido um desafio em todo o mundo, com muitos países priorizando médicos e idosos vulneráveis.

    Funcionária do ministério da saúde, Siti Nadia Tarmizi, disse que a decisão de incluir influenciadores ao lado de quase 1,5 milhão de profissionais de saúde na primeira rodada de vacinações foi uma estratégia deliberada de comunicação do governo.

    Embora a Indonésia enfrente a situação mais grave no sudeste da Ásia em relação ao novo coronavírus – com mais de 869.000 casos e 25.000 mortes – há ceticismo em relação à segurança e eficácia de qualquer vacina. 

    Na maior nação de maioria muçulmana do mundo também se questiona se o imunizante é halal, ou seja, permitido pelo Islã.

    Os indonésios estão entre os principais usuários globais de plataformas de mídia social como Facebook, Twitter e Instagram.

    O ministério da saúde não disse quantos influenciadores receberiam a vacina, mas outros que devem ser imunizados nesta quinta-feira (14) incluem os músicos Ariel, da banda Noah, e Risa Saraswati.

    Ahyani Raksanagara, chefe da agência de saúde de Bandung, disse à agência Reuters que os artistas “esperançosamente transmitiriam influências e mensagens positivas” sobre as vacinas, e especialmente para os jovens.

    Uma pesquisa no mês passado mostrou que apenas 37% dos indonésios estavam dispostos a ser vacinados, enquanto 40% considerariam essa possibilidade e 17% recusariam.

    Alguns médicos levantaram dúvidas sobre o uso da vacina Coronavac da empresa chinesa Sinovac Biotech – com estudos no Brasil, Indonésia e Turquia mostrando eficácias variando de 50% a 91%.

    Mas em outro possível impulso para as chances de aceitação, o conselho islâmico do país considerou a vacina halal.

    Pessoa recebendo aplicação da vacina
    Pessoa recebendo aplicação da vacina contra Covid-19
    Foto: Reprodução/CNN (3.jan.2021)

    No entanto, a decisão de incluir influenciadores de mídia social na lista de prioridades saiu pela culatra depois de fotos de Raffi o mostrarem em uma festa horas depois de receber o imunizante – que não confere imunidade imediata.

    As imagens dele sem máscara e desrespeitando protocolos de distanciamento social com um grupo de amigos geraram críticas nas redes sociais, com apelos para que ele dê um melhor exemplo. 

    “Isso também mostra que o governo é inconsistente em priorizar quem recebe a vacina primeiro”, disse Irma Hidayana, co-fundadora da iniciativa de dados sobre a pandemia LaporCOVID-19, “Eles deveriam ter feito isso com um profissional de saúde, talvez, não um influenciador.”

    Nádia, funcionária do ministério da saúde, destacou que “depois de ser vacinado ainda precisa seguir os protocolos de saúde e não ser descuidado em aplicá-los”.

    Zubairi Djoerban, da Associação Médica da Indonésia, disse que a estratégia de contratar influenciadores só funcionará se os influenciadores “forem informados sobre a vacina e a Covid-19 para que possam ser agentes de mudança”.

    A polícia disse que está investigando se Raffi infringiu a lei – ele já ofereceu um pedido público de desculpas.

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