Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Incêndios florestais causam ‘desastre sem precedentes’ na ilha de Sardenha

    Além de ilha italiana, Espanha e Grécia também emitiram alertas para mais um desastre ambiental ocasionado pelas secas frequentes na região

    Chris Liakos, Duarte Mendonca, Hada Messia, Nina Avramova e Rob Picheta, da CNN

    Incêndios florestais devastadores se espalharam por partes do sul da Europa, rasgando o campo espanhol e grego e forçando cerca de 1.000 pessoas a sair de suas casas na ilha italiana da Sardenha.

    O governo local da Sardenha declarou estado de emergência no domingo, devido ao que descreveu como um “desastre sem precedentes”.

    “Ainda não é possível estimar os danos causados pelos incêndios que ainda ocorrem na região de Oristano”, disse o presidente da região da Sardenha, Christian Solinas, em declaração na segunda-feira (26). “Vegetação destruída, empresas e casas queimadas e animais mortos”, acrescentou ele.

    Em uma atualização na terça-feira (27), o porta-voz regional Ignazio Artissu disse à CNN que a estimativa atual da área queimada é de cerca de 20.000 hectares, mas as autoridades ainda continuam. Artissu disse que a maioria do fogo foi apagada e agora eles estão se concentrando em tomar as medidas necessárias para que as queimadas não comecem de novo.

    Nos últimos dias, a região empregou 7.500 pessoas e mais de 20 aeronaves para combater os incêndios. A Itália também recebeu apoio dos países vizinhos, com a França e a Grécia utilizando quatro aviões para dar assistência na extinção das chamas.

    Solinas instou o primeiro-ministro italiano Mario Draghi a enviar ajuda econômica para as áreas afetadas. Draghi disse que seu governo estava monitorando a situação de perto e expressou “total solidariedade com a população que está trabalhando sem parar nas intervenções de resgate”.

    A Grécia e a Espanha também estão lutando contra os incêndios devido a uma contínua onda de calor.

    Na Grécia, dezenas de incêndios florestais arderam entre domingo e segunda-feira, com mais de 700 bombeiros sendo destacados para assumir o controle da situação.

    O primeiro ministro Kyriakos Mitsotakis disse em uma reunião de gabinete na segunda-feira (26) que os bombeiros haviam lutado contra cerca de 50 incêndios durante as últimas 24 horas em todo o país, ao mesmo tempo em que enfatizou que mais poderiam ocorrer depois que os meteorologistas advertiram que a onda de calor provavelmente iria continuar.

    “Quero enfatizar que agosto continua sendo um mês difícil. Os meteorologistas já estão nos avisando que a partir do final da próxima semana poderemos enfrentar outra grande onda de calor prolongada”. É por isso que é importante para todos nós, todos os serviços estatais, estarmos em alerta absoluto, até que o período de combate a incêndios termine formalmente”, concluiu Mitsotakis.

    As secas estão se tornando mais frequentes e mais severas no sul da Europa, e as autoridades ambientais advertiram que a região está em maior risco devido aos impactos da mudança climática no continente.

    Na semana passada Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, disse à Becky Anderson da CNN que “os padrões climáticos erráticos serão o novo normal”. “Se não fizermos algo urgente – e urgente, quero dizer agora – então a crise climática vai ficar completamente fora de controle e nossos cidadãos entendem que precisamos agir agora”, disse ele.

    O aumento dos incêndios florestais gerou mais uma preocupação ambiental após partes do norte da Europa terem sido afetadas por graves enchentes recentemente.

     

    Incêndios sob controle na Espanha

    A Península Ibérica não foi poupada dos incêndios, com chamas rasgando a Catalunha no canto nordeste da Espanha. Mais de 1.700 hectares arderam nas regiões de Conca de Barberà e Anoia, mas as chamas se estabilizaram em 90% na segunda-feira depois que as forças em terra – constituídas por 95 tripulações com 280 soldados e seis aeronaves – assumiram o controle da situação.

    Na terça-feira, os bombeiros catalães divulgaram uma atualização afirmando que os trabalhos continuaram durante a noite na extinção dos incêndios e na revisão do perímetro.

    Em Lietor, na região centro leste de Castilla-La Mancha, mais de 2.500 hectares arderam durante o fim de semana antes de serem colocados sob controle na segunda-feira por uma tripulação de mais de 500 pessoas, disseram as autoridades locais.

    O país vizinho da Espanha, Portugal, não foi afetado pela situação recente, mas um relatório do início deste mês disse que foi a nação mais afetada pelos incêndios florestais na Europa.

    A organização ambientalista Associação Natureza Portugal (ANP), que serve como representante nacional do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) internacional, afirma que mais de 18.000 incêndios ocorreram anualmente em Portugal desde 2010, afirma uma declaração da ANP.

    “Portugal é claramente o país europeu mais afetado pelos incêndios florestais. Uma média de 136.000 hectares são queimados por ano, 31% a mais do que na Espanha, apesar de ter 80% menos de área florestal. Este número significa que a cada ano Portugal vê mais de 3% de sua área florestal queimada”, de acordo com a declaração.

    De acordo com a Agência Europeia do Meio Ambiente (AEA), “são projetadas, na maioria das regiões da Europa, condições climáticas mais severas e, como consequência, uma expansão substancial da área sujeita ao fogo e estações de incêndio mais longas, em particular para cenários de altas emissões”.

    “O aumento do perigo de incêndio é projetado para ser particularmente grande na Europa centro-oeste, mas o perigo absoluto de incêndio permanece maior no sul da Europa”, disse a AEA em sua avaliação.

    Tópicos