Hungria não participará de “missão louca” da Otan de ajuda à Ucrânia
Premiê Viktor Orbán tem relação próxima com presidente russo Vladimir Putin
A Hungria não participará do plano de longo prazo da Otan para ajudar a Ucrânia, disse seu ministro das Relações Exteriores nesta quarta-feira (8), chamando o plano de “missão louca”.
Aliados da Otan concordaram em abril em iniciar o planejamento de apoio militar de longo prazo para a Ucrânia contra a invasão da Rússia, através da criação de um fundo no valor de 107 bilhões de dólares.
Sob os planos, a Otan assumiria algum trabalho de coordenação de uma coalizão liderada pelos EUA conhecida como o grupo Ramstein.
O ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, reiterou a oposição anterior do governo ao plano.
“A Hungria ficará fora da missão louca da Otan, apesar de toda a pressão”, disse ele em um evento ao vivo no Facebook em Londres.
O porta-voz do governo Zoltan Kovacs, respondendo à iniciativa da Otan no mês passado, disse em X que a Hungria não apoiaria propostas da Otan que “poderiam aproximar a aliança da guerra ou transferi-la de uma coalizão defensiva para uma ofensiva”.
As relações entre Budapeste e a Otan pioraram por causa da pressão da Hungria sobre a ratificação da adesão da Suécia à Otan – finalmente aprovada por Budapeste em março – e também sobre os laços calorosos do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán com Moscou, apesar da invasão russa da Ucrânia em 2022.
O enviado dos EUA à Hungria disse anteriormente que os aliados da Otan estão alertando a Hungria dos perigos de sua relação “próxima e em expansão” com a Rússia e se esta é a escolha política de Budapeste “teremos que decidir a melhor forma de proteger nossos interesses de segurança”, disse David Pressman.