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    Hungria não apoiará a transformação da Otan em bloco “anti-China”, diz ministro

    Peter Szijjarto critica avanço da Aliança ao oriente, ecoando reclamações de Pequim e Moscou

    Boldizsar Gyorida Reuters

    A Hungria não quer que a Otan se torne um bloco “anti-China” e não apoiará que isso aconteça, disse o ministro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, nesta quinta-feira (11).

    Em comentários à margem da cúpula da Otan em Washington, ele também disse que a admissão da Ucrânia à aliança militar enfraqueceria a unidade do grupo.

    Um projeto de comunicado da cúpula descreveu a China como um facilitador decisivo do esforço de guerra da Rússia na Ucrânia e disse que Pequim continua a colocar desafios sistémicos à Europa e à segurança. A China disse que o comunicado era tendencioso e “semeava discórdia”.

    “A Otan é uma aliança de defesa… não podemos organizá-la num bloco anti-China”, disse Szijjarto à televisão estatal húngara em resposta a uma pergunta sobre os esforços de construção de alianças da Otan no Indo-Pacífico.

    A China é um importante parceiro comercial e de investimento para a Hungria. Outros estados membros da União Europeia procuram tornar-se menos dependentes de Pequim.

     

    O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, reuniu-se com o presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira para discutir um potencial acordo de paz com a Ucrânia, após visitas a Kiev e Moscou.

    As suas negociações com o presidente russo, Vladimir Putin, irritaram alguns líderes da UE, uma vez que o bloco procura evitar contatos de alto nível com Moscou sobre a guerra na Ucrânia.

    Na cúpula da Otan, os líderes prometeram o seu apoio à Ucrânia e o projeto de comunicado reiterou o apoio à Ucrânia no seu caminho para a adesão à Aliança.

    “A admissão da Ucrânia não fortaleceria, mas enfraqueceria a aliança da unidade, já que existem pontos de vista completamente divergentes sobre a sua adesão”, disse Szijjarto.

    “A adesão da Ucrânia à Otan também não fortaleceria o carácter de defesa da aliança porque, na prática, criaria um risco de conflito aberto entre a Rússia e a Otan”.

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