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    Human Rights Watch diz que Israel usou fósforo branco em Gaza e no Líbano; país nega

    Organização afirma que o uso de tais armas coloca os civis em risco de ferimentos graves e de longo prazo

    Palestinos inspecionam escombros de uma casa destruída por ataques aéreos israelenses em Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza
    Palestinos inspecionam escombros de uma casa destruída por ataques aéreos israelenses em Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza Foto: Yousef Masoud/Thenews2/Estadão Conteúdo

    Da Reuters

    A Human Rights Watch acusou Israel nesta quinta-feira (12) de usar munições de fósforo branco em suas operações militares em Gaza e no Líbano, dizendo que o uso de tais armas coloca os civis em risco de ferimentos graves e de longo prazo.

    Solicitados a comentar as alegações, os militares de Israel disseram que “atualmente não têm conhecimento do uso de armas contendo fósforo branco em Gaza”.

    O Exército israelense não forneceu comentários sobre as alegações do órgão de fiscalização dos direitos humanos sobre o seu uso no Líbano.

    Israel tem bombardeado Gaza em retaliação ao ataque do Hamas nas cidades do sul do país.

    Israel também trocou farpas com o grupo libanês Hezbollah.

    A organização disse que verificou vídeos feitos no Líbano em 10 de outubro e em Gaza em 11 de outubro, mostrando “múltiplas explosões aéreas de fósforo branco disparado por artilharia sobre o porto da Cidade de Gaza e duas localidades rurais ao longo da fronteira Israel-Líbano”.

    A entidade forneceu links para dois vídeos postados nas redes sociais que diziam mostrar “projéteis de artilharia de fósforo branco de 155 milímetros sendo usados, aparentemente como cortina de fumaça, marcação ou sinalização”.

    Ambos mostram cenas perto da fronteira entre Israel e Líbano, disse.

    O grupo não forneceu links para vídeos que mostrassem a sua alegada utilização em Gaza.

    Canais de TV palestinos transmitiram vídeos nos últimos dias mostrando finas nuvens de fumaça branca cobrindo o céu sobre Gaza, que dizem ter sido causada por tais munições.

    Histórico

    Os militares de Israel disseram em 2013 que estavam a eliminar gradualmente as munições de cortina de fumo de fósforo branco utilizadas durante a sua ofensiva de 2008-2009 em Gaza, o que suscitou acusações de crimes de guerra por parte de vários grupos de direitos humanos.

    Os militares da altura não disseram se iriam também rever a utilização de fósforo branco como arma, que se destina a incinerar posições inimigas.

    As munições de fósforo branco podem ser legalmente utilizadas em campos de batalha para criar cortinas de fumo, gerar iluminação, marcar alvos ou queimar bunkers e edifícios.

    Por ter usos legais, o fósforo branco não é proibido como arma química pelas convenções internacionais, mas pode causar queimaduras graves e iniciar incêndios.

    O fósforo branco é considerado uma arma incendiária ao abrigo do Protocolo III da Convenção sobre a Proibição do Uso de Certas Armas Convencionais.

    O protocolo proíbe o uso de armas incendiárias contra alvos militares localizados entre civis, embora Israel não o tenha assinado e não esteja vinculado a ele.

    Veja também: Governo brasileiro teme que entrada do Hezbollah agrave conflito em Israel