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    Homem é preso após assediar jornalista espanhola durante programa ao vivo

    Suspeito foi libertado pelo tribunal e a juíza responsável não impôs medidas cautelares por não acreditar que houvesse riscos para a vítima, afirmou o tribunal à CNN

    Isa Balado, jornalista do programa “En boca de todos” do canal espanhol Cuatro
    Isa Balado, jornalista do programa “En boca de todos” do canal espanhol Cuatro Reprodução/Mediaset

    Jack Guyda CNN

    A polícia espanhola prendeu um homem sob suspeita de assédio sexual depois de ele ter aparentemente tocado nas nádegas de uma jornalista de televisão durante uma reportagem ao vivo nas ruas de Madrid, na Espanha.

    O homem abordou Isa Balado, jornalista do programa “En boca de todos”, do canal espanhol Cuatro, enquanto ela fazia uma reportagem sobre um suposto roubo na terça-feira (12).

    O homem pode ser visto se aproximando dela e aparentando tocar nas nádegas da repórter enquanto ela conversa com o apresentador Nacho Abad no estúdio.

    Balado tentou continuar com sua peça para a câmera, mas Abad perguntou se o homem tinha acabado de tocá-la.

    Quando Balado disse que sim, Abad pediu que ela colocasse “esse cara estúpido” na câmera.

    A câmera então diminui o zoom para mostrar Balado e o homem.

    Veja também: Punições por assédio sexual são raridade em universidades estaduais de SP, diz levantamento da CNN

    “Você realmente precisa tocar minha bunda?” ela perguntou, antes de dizer a ele que estava ao vivo na televisão. “Eu gostaria que você me deixasse trabalhar.”

    Ele continuou a falar com ela, antes de estender a mão para coçar a cabeça e depois ir embora.

    Balado continuou então com o resto do seu relatório.

    Num segmento de vídeo posterior, Balado comentou o ocorrido.

    “É muito desagradável, principalmente quando você está trabalhando”, disse ela, antes de a câmera girar para mostrar o homem parado na rua com outro homem.

    Ele então abordou Balado novamente e tentou falar com ela antes que ela pedisse para interromper a transmissão.

    Críticas

    O incidente provocou a indignação de políticos espanhóis, incluindo a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz.

    “Machismo significa que jornalistas sofrem agressões sexuais como esta e que os agressores aparecem diante das câmeras sem arrependimento”, escreveu Díaz em uma postagem de terça-feira no X, antigo Twitter. “Isso não pode ficar impune.”

    A ministra da Igualdade, Irene Montero, também expressou apoio a Balado.

    “Toque não consensual é violência sexual”, escreveu ela em um post no X. “Só sim significa sim.”

    O homem foi posteriormente preso e a polícia nacional da Espanha postou um vídeo em seu X sendo levado algemado.

    Na quarta-feira, ele foi libertado pelo tribunal de magistrados de Madri. A juíza não impôs quaisquer medidas cautelares porque não acreditava que houvesse qualquer risco contínuo para a vítima, afirmou o tribunal num comunicado enviado à CNN.

    Um porta-voz do Supremo Tribunal de Justiça de Madrid disse à CNN que a investigação e o processo penal continuarão.

    Os colegas de Balado criticaram a decisão de libertá-lo.

    “Esse é o problema”, disse a apresentadora Verónica Dulanto no Cuatro na quarta-feira. “Ele nem está lá há 24 horas.”

    A CNN entrou em contato com a Mediaset Espana, controladora de Cuatro, para comentar.

    O incidente ocorre no momento em que a Espanha enfrenta um acerto de contas por agressão sexual e violência de gênero, depois que Luis Rubiales, presidente da federação espanhola de futebol, foi acusado de beijar a vencedora da Copa do Mundo Feminina, Jennifer Hermoso, sem consentimento.

    Rubiales renunciou ao cargo no domingo, após semanas de críticas ferozes.

    O beijo indesejado em Hermoso ocorreu após a vitória da seleção espanhola na final da Copa do Mundo Feminina, em 20 de agosto, e gerou condenação na Espanha e em todo o mundo.

    A mulher de 46 anos já se desculpou e descreveu o beijo como “mútuo” – afirmação que Hermoso negou, dizendo que não consentiu e não foi respeitada.

    (Benjamin Brown, da CNN, contribuiu para este texto)

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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