Hamas e Israel trocam acusações sobre acordo de cessar-fogo e libertação de reféns
Autoridades dos EUA, Israel, Egito e Catar reuniram-se em Roma no domingo (28) para continuar negociações
Israel e o Hamas trocaram acusações nesta segunda-feira (29) pela falta de progresso no alcance de um cessar-fogo e acordo de libertação de reféns na Faixa de Gaza, apesar da mediação internacional.
O Hamas acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de estabelecer “novas condições e demandas” que impediram que um acordo fosse alcançado no caso das negociações de cessar-fogo e dos reféns em Gaza, em Roma neste fim de semana.
Netanyahu, no entanto, negou ter feito quaisquer alterações e disse que foi o Hamas quem insistiu em inúmeras mudanças na proposta original.
Autoridades dos EUA, Israel, Egito e Catar reuniram-se na capital italiana no domingo para continuar as negociações sobre um acordo. As partes discutiram a “proposta de acordo” e o que descreveu como um “documento de esclarecimento de Israel”, de acordo com o Gabinete do Primeiro Ministro de Israel.
O grupo armado disse ter recebido a última resposta de Israel, após as conversações em Roma: “Fica claro pelo que os mediadores transmitiram que Netanyahu regressou à sua estratégia de procrastinação, evasão e de evitar a chegar a um acordo estabelecendo novas condições e exigências”, disse o Hamas em um comunicado nesta segunda-feira.
O grupo acusou Netanyahu de contradizer uma proposta apresentada anteriormente por mediadores, que disse já ter sido baseada em um “documento israelense, que fazia parte do projeto de Biden e mais tarde uma decisão do Conselho de Segurança da ONU.”
A CNN informou anteriormente que Netanyahu havia feito exigências de 11 horas, incluindo a proibição de homens armados no norte de Gaza e o controle israelense do corredor de Filadélfia, uma faixa de terra de 14 quilômetros que serve como zona tampão na fronteira entre Egito e Gaza.
Israel responde às acusações
O Gabinete do Primeiro Ministro israelense (PMO) respondeu nesta segunda-feira (29) às acusações do Hamas de que as mudanças nas condições israelenses estavam dificultando um cessar-fogo e um acordo de reféns.
O gabinete de Netanyahu disse que era a liderança do Hamas que estava impedindo um acordo ao exigir 29 alterações à proposta.
O PMO ainda afirmou que Israel não alterou nem acrescentou condições à proposta.
“Israel mantém os seus princípios de acordo com o esboço original: maximizar o número de reféns vivos, garantir o controle de Israel sobre o Corredor Filadélfia e impedir a passagem de terroristas, armas e munições para o norte da Faixa de Gaza”, afirmou.
Com informações da Reuters