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    Hamas diz que cessar-fogo no Oriente Médio é ‘iminente’ em meio à pressão global

    Israel, no entanto, não comentou sobre a possibilidade de um acordo

    Hadas Gold, Celine Alkhaldi, Ofri Eshel, Abeer Salman, Kareem Khadder e Mohammed Tawfeeq, da CNN

     

    Autoridades do grupo islâmico Hamas disseram à CNN nesta quarta-feira (19) que um cessar-fogo no confronto entre Israel e Palestina é “iminente” e pode acontecer dentro de 24 horas, após líderes mundiais pressionarem ambos os lados para encerrar o conflito. Israel, no entanto, não comentou sobre a possibilidade de um acordo de cessar-fogo.

    As preocupações crescem com o agravamento da situação humanitária, à medida que o conflito se agravava pelo décimo dia, elevando o número de palestinos mortos para mais de 220 pessoas – incluindo mais de 60 crianças – e 12 pessoas em Israel, incluindo duas crianças.

    O Conselho Norueguês de Refugiados (NRC) disse nesta terça-feira (18) que 11 crianças em Gaza com idades entre 5 e 15 anos estavam participando de seu programa de tratamento de traumas antes que ataques aéreos israelenses as matassem em suas casas.

    O secretário-geral do NRC, Jan Egeland, expressou indignação com o que chamou de “troca louca e enlouquecedora de foguetes e mísseis”, e disse que tanto os políticos e generais israelenses, quanto os militantes do Hamas e da Jihad Islâmica em Gaza, deveriam ser responsabilizados.

    “O que eles estão fazendo é matar crianças”, disse Egeland ao repórter da CNN, Zain Asher.

    Karl Schembri, assessor de mídia regional do NRC, disse à CNN nesta quarta que a organização lidou com crianças “que tiveram pesadelos violentos e absolutamente terríveis, que os tornam incapazes de funcionar”.

    “A violência, não há como escapar dela. Isso não é como ir para alguma linha de frente, que você pode evitar. Esta é a linha de frente chegando ao seu quarto”, disse Schembri.

    Pedido de trégua

    Um líder do Hamas descreveu uma “atmosfera positiva” em torno das negociações para chegar a um acordo de cessar-fogo com Israel, “graças ao apoio de nossos irmãos egípcios e catarianos”, que propuseram soluções diferentes.

    Israel, porém, não demonstrou publicamente uma disposição para interromper o conflito. Bejamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, disse nesta quarta que está “determinado a continuar esta operação até que seu objetivo seja alcançado: restaurar a tranquilidade e a segurança para os cidadãos de Israel”. As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram anteriormente que os ataques provavelmente continuariam por dias.

    “Agradeço especialmente o apoio de nosso amigo presidente dos EUA, Joe Biden, ao direito do Estado de Israel à autodefesa”, disse Netanyahu.

    Segundo a Casa Branca, o presidente Joe Biden disse a Netanyahu “que esperava uma desaceleração significativa hoje no caminho para um cessar-fogo”.

    A França enviou para aprovação do Conselho de Segurança da ONU uma proposta de resolução dando ímpeto para colocar um fim à turbulência. O Conselho, entretanto, não foi capaz de aprovar uma declaração legalmente não vinculativa sobre o assunto, bloqueada pelos Estados Unidos, que disse ao Conselho que qualquer ação da ONU não é oportuna e não ajudará a desacelerar os combates

    “Estamos pedindo um cessar-fogo, que é o que enviamos ao Conselho de Segurança da ONU. Há discussões muito ativas com os americanos sobre este assunto em particular”, disse o porta-voz do governo francês Gabriel Attal em entrevista coletiva em Paris.

    Israel realizou mais de 1.800 ataques aéreos em Gaza desde o início do conflito, há mais de uma semana, de acordo com o Ministério da Informação dirigido pelo Hamas. O ministério estima que a campanha aérea israelense infligiu mais de US$ 323 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) em danos ao enclave palestino.

    Nesta quarta-feira, dezenas de aviões de guerra israelenses lançaram uma série de ataques aéreos contra vários alvos do Hamas, incluindo “um depósito de armas” localizado em escritórios pertencentes ao quartel-general de segurança interna do Hamas em Khan Yunis, e “um centro de comando e controle” em Rafah, disse a Força Aérea Israelense (IAF).

    O ataque — que durou 25 minutos — destruiu “cerca de 40 alvos subterrâneos”, disse a IAF em um tweet, acrescentando que cerca de 3.750 foguetes foram disparados de Gaza, dos quais 550 falharam e caíram em Gaza. Não está claro quantos desses foguetes foram interceptados pelo sistema de defesa “Domo de Ferro” de Israel. A IDF já declarou que o sistema intercepta mais de 90% dos foguetes alvejados.

    Uma fonte militar em Israel confirmou à CNN que as Forças de Defesa de Israel também tentaram duas vezes atingir o líder do braço militar do Hamas, Mohammed Deif, nos últimos 10 dias. Em cada ocasião, ele escapou, disse a fonte. Nenhum detalhe sobre as datas ou localização das tentativas de matar Deif foi fornecido.

    Deif lidera as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam e é um planejador influente de ataques há mais de 20 anos. Ele é um alvo Israel há muito tempo, sofrendo vários ferimentos durante os atentados contra sua vida, incluindo a perda das duas pernas em 2006, de acordo com relatos da mídia israelense.

    O oficial também deu a explicação israelense mais detalhada sobre por que destruiu um prédio que abrigava os meios de comunicação internacionais Al Jazeera e a Associated Press, entre outros, no fim de semana.

    Segundo ele, o prédio Al-Jala’a continha o departamento eletrônico da ala militar do Hamas, que estava pesquisando e desenvolvendo recursos de ponta para ataques a Israel. Os militares israelenses não forneceram evidências da presença do Hamas no prédio, e a CNN não foi capaz de verificar a alegação.

    Demolir o prédio, ao invés de um ataque mais direcionado, atraiu críticas intensas.

    A ONG Repórteres Sem Fronteiras — que trabalha para proteger jornalistas em todo o mundo — disse estar pedindo ao Tribunal Penal Internacional que investigue se alvejar deliberadamente os meios de comunicação constitui um crime de guerra.

    Israel, porém, acusa repetidamente o Hamas de operar “deliberadamente” perto de prédios como hospitais e escolas, colocando em perigo civis que correm o risco de se tornarem escudos humanos.

    Em Gaza, mais de 72.000 pessoas são consideradas deslocadas internamente, muitas delas encontrando abrigo em dezenas de escolas, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

    Quatro palestinos, incluindo um jornalista local, foram mortos e outros 10 ficaram feridos em ataques israelenses em Gaza durante essa madrugada, de acordo com a agência de notícias oficial palestina WAFA.

    O jornalista Yusef Abu Hussein era locutor da emissora de rádio de Gaza, Al Aqsa Radio. Ele foi morto em um ataque israelense que tinha como alvo uma casa perto do cemitério Sheikh Radwan, ao norte da cidade de Gaza, disse o relatório WAFA.

    Em outro ataque, quatro foguetes foram lançados do Líbano em direção ao território israelense nesta tarde, disse o IDF.

    Uma fonte de segurança libanesa do alto escalão disse à CNN que os foguetes foram disparados da área de Seddiqine, no sul do Líbano. A fonte, no entanto, não informou a extensão dos danos causados ??pela resposta da artilharia israelense, mas acrescentou que o Exército libanês e a força de paz das Nações Unidas intensificaram suas patrulhas na área em um esforço para evitar novos lançamentos do Líbano.

    Palestino tenta impedir avanço do Exército israelense com um estilingue
    Foto: Nasser Nasser/AP

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês).

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