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    Hamas convoca palestinos para marcha para pressionar cessar-fogo

    Nidal al-MughrabiJana Choukeirda Reuters

    O Hamas convocou os palestinos na quarta-feira (28) a marcharem até a Mesquita Al-Aqsa de Jerusalém no início do Ramadã, que terá início na noite de 10 de março, aumentando as apostas nas negociações para uma trégua em Gaza, que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, espera que esteja concluído até a próxima semana.

    O apelo do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acontece após os comentários de Biden, transmitidos na terça-feira (27), de que havia um acordo em princípio para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas durante o Ramadã, com a libertação de reféns mantidos pelos militantes.

    Biden disse que espera que esse acordo, que, segundo uma fonte, também permitiria a entrada de mais ajuda no território palestino e a libertação de prisioneiros palestinos, possa ser finalizado até 4 de março.

    Tanto Israel quanto o Hamas minimizaram as perspectivas de uma trégua e os mediadores do Catar disseram que as questões mais controversas ainda não tinham sido resolvidas.

    Israel afirmou na segunda-feira (26) que permitiria as orações do Ramadã na Mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, mas estabeleceria limites de acordo com as necessidades de segurança, se preparando para possíveis confrontos se multidões de palestinos comparecerem e a violência em Gaza ainda estiver em alta.

    “Essa é uma convocação ao nosso povo em Jerusalém e na Cisjordânia para marchar até Al-Aqsa desde o primeiro dia do Ramadã”, disse Haniyeh, que descreveu o ataque do Hamas em 7 de outubro em Israel como um movimento para acabar com os ataques israelenses aos territórios e locais palestinos.

    Em um discurso televisionado, ele afirmou que o Hamas estava demonstrando flexibilidade nas negociações com Israel, mas ao mesmo tempo estava pronto para continuar lutando. Israel tem dito que qualquer acordo com o Hamas exigiria que o grupo abandonasse “exigências extravagantes”.

    O Hamas está avaliando uma proposta, acordada por Israel em conversas com mediadores em Paris na semana passada, para um cessar-fogo de 40 dias, que seria a primeira trégua prolongada da guerra de cinco meses. Os dois lados têm delegações no Catar esta semana para definir detalhes.

    Uma fonte sênior próxima às negociações disse que, sob o acordo, as tropas israelenses se retirariam das áreas povoadas. Mas o acordo não parece atender à exigência do Hamas de um fim permanente da guerra e a retirada israelense, nem resolver o destino dos homens israelenses em idade de combate que estão detidos pelo Hamas.

    Haniyeh também convocou o autodenominado Eixo de Resistência – aliados do Irã que consistem no Hezbollah do Líbano, nos Houthis do Iêmen e na Resistência Islâmica no Iraque – bem como os Estados árabes, a intensificarem seu apoio aos palestinos em Gaza.

    “É dever das nações árabes e islâmicas tomar a iniciativa de acabar com a conspiração da fome em Gaza”, disse Haniyeh, se referindo ao que os palestinos dizem ser uma política deliberada de Israel para negar alimentos.

    Israel afirma que o bloqueio a Gaza é essencial para destruir o Hamas, que considera uma ameaça existencial desde os ataques de 7 de outubro, mas que está permitindo a entrada de suprimentos humanitários e responsabilizando as agências de ajuda humanitária por falhas que, segundo os israelenses, levaram à fome aguda.

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