Guerra pode afastar crianças palestinas da escola por anos, aponta pesquisadora
À CNN Rádio, Gabrielle Oliveira, professora da Faculdade de Educação de Harvard e pesquisadora em Imigração, alegou que o ensino na Faixa de Gaza se tornou inviável
Os ataques israelenses sobre o território palestino não só impedem o funcionamento das escolas como podem forçar milhares de crianças a buscar refúgio em outros países, onde não devem ter acesso ao sistema de educação.
Gabrielle Oliveira, professora de Harvard e pesquisadora em Educação e Imigração, afirma que o conflito agrava uma situação que já era ruim. O novo cenário é de incertezas e pode tirar dos jovens de vez o direito fundamental à Educação.
“Esse é um momento de interrupção grande para a vida escolar. A escola geralmente desempenha um papel de estabilidade e rotina, tem uma segurança. Mas nesse espaço, isso não existe mais e as crianças têm que acompanhar os adultos. Então colegas, professores, pessoas que elas viam todos os dias não existem mais no dia-a-dia”, apontou Gabrielle Oliveira em entrevista à CNN Rádio.
“A gente está vendo que pode demorar até anos para as crianças voltarem a uma escola”, acrescenta.
A professora disse ainda que as famílias deslocadas passam, em média, 17 anos em campos de refugiados. Na avaliação dela, a crise de imigração eminente no Oriente Médio é apenas uma de diversas outras que tendem a se intensificar pelo planeta, seja por guerras ou por mudanças climáticas.
A pesquisadora defende que o sistema educacional passe por adaptações para atender crianças estrangeiras nessa situação.
“Esses fluxos sempre vão acontecer, e o que a gente precisa pensar é em como essas crianças que vão crescer num outro país serão integradas de uma maneira a não viver na exclusão”, questiona.
A preparação, no entendimento de Gabrielle Oliveira, passa pelo ensino de idiomas estrangeiros para professores.
Ela cita como exemplo positivo a rápida integração de crianças ucranianas no sistema de ensino dos países vizinhos.
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Com produção de Valentina Cândido, da CNN.