Guerra na Ucrânia não pode ser resolvida em um dia, diz diplomata russo em resposta a Trump
Republicano havia afirmado no debate da CNN contra Biden que acabaria com o conflito antes de tomar posse em 20 de janeiro, caso eleito
O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse que a “crise ucraniana não pode ser resolvida em um dia”, nesta segunda-feira (1º). Nebenzia fez a declaração em resposta as alegações frequentes do candidato presidencial americano, Donald Trump, de que ele pode acabar com a guerra em 24 horas se for reeleito.
Candidato republicano, Trump não entrou em detalhes e afirmou que, se na época houvesse um “presidente de verdade” nos Estados Unidos, que fosse respeitado pelo presidente russo, Vladimir Putin, Moscou não teria invadido a Ucrânia em fevereiro de 2022.
“Eu resolverei essa guerra entre Putin e (o presidente ucraniano, Volodymyr) Zelensky como presidente-eleito, antes de assumir o cargo em 20 de janeiro. Eu terei resolvido essa guerra”, disse Trump, na semana passada, durante um debate com o presidente democrata Joe Biden.
Trump acrescentou que resolveria “rapidamente, antes de ser empossado”.
Os eleitores americanos irão às urnas em 5 de novembro para eleger o próximo presidente para um mandato de quatro anos.
Impacto das eleições americanas para a Rússia
O resultado da eleição é importante para a Rússia, apesar de suas tentativas de minimizá-lo, porque determinará a extensão do compromisso de Washington em continuar apoiando a Ucrânia contra Moscou, como no fornecimento de armas americanas avançadas.
“A crise ucraniana não pode ser resolvida em um dia”, disse Nebenzia, em uma entrevista coletiva para marcar o começo da presidência da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, em julho.
Em resposta, o porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, disse à Reuters que “o presidente Trump é o estadista e negociador mais eficaz da história e resolverá este conflito quando for eleito”.
O Kremlin afirmou que qualquer acordo de paz com a Ucrânia proposto por um futuro governo Trump precisa refletir as realidades do campo de batalha, mas que Putin continua aberto a negociações.