Guerra Israel-Hamas tem “onda gigantesca de desinformação”, diz Centro de Combate ao Ódio Digital
Repercussão do conflito é acompanhada de materiais enganosos; grupo trava uma batalha contra o X para o aumento na moderação de conteúdo na rede social



A repercussão do conflito entre Israel e o Hamas nas redes sociais está resultando em uma “gigantesca onda de desinformação”, afirmou à CNN o diretor-executivo do Centro de Combate ao Ódio Digital (Center for Countering Digital Hate, CCDH em inglês), Imran Ahmed.
O grupo atua para conter a produção de discursos de ódio e de desinformação nas redes sociais e trava uma batalha contra o X (antigo Twitter) e seu dono, Elon Musk, para tentar um incremento na moderação de conteúdo e a retirada de postagens antissemitas e neo-nazistas da plataforma.
Nesta semana, o Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digital (EDMO, em inglês) divulgou comunicado relatando que “conteúdos enganosos tem ganhado muita força, diante da falta de medidas eficazes de moderação de conteúdo”.
“Um dos grandes desafios dessa crise é o fato de as plataformas digitais terem se tornado ainda menos transparentes nos últimos tempos. Nas redes, a guera se prolonga e se espalha pelo mundo todo”, afirma Ahmed.
A onda de desinformação sobre o conflito se baseia, segundo o diretor do CCDH, em quatro pilares:
- a presença de estados hostis
- dois lados do conflito que possuem extremistas
- a busca indiscriminada e antiética por seguidores
- a falta de controle das plataformas sobre o conteúdo, chegando, em alguns casos, na recomendação por parte do algoritmo para que perfis falsos sejam seguidos
“As pessoas não têm pudor de postar algo falso que seja extremo só para poder ganhar conteúdo. Agora o X (antigo Twitter) os paga. As pessoas esperam ganhar mais dinheiro, monetizar conteúdo falso”.
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas • Reuters
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O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar • Reuters
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza • REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local • Reprodução CNN
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Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico • Reuters
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Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel • Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino • 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel • Reuters
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza • 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza • Reuters
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Prédios destruídos na Faixa de Gaza • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas • REUTERS/Ronen Zvulun
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia • Anadolu Agency via Getty Images
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As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza • Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7) • Reuters
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7) • CNN
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel • CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza • Reprodução/Reuters
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel. • Reuters
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel • 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel • 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira • Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza • 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza • 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
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Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério • Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023 • Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
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Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos • Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
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Hospital em Gaza é atingido por um míssil • Reprodução
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Hospital atacado em Gaza • Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza • 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Tanque de guerra israelense • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza • 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
Um dos principais virais que circulam nas redes é o da abertura dos portões de um show do cantor Bruno Mars em Israel, realizado no dia 4 de outubro, três dias antes do primeiro ataque terrorista do grupo radical islâmico Hamas.
O vídeo está circulando como se fosse de um festival de música eletrônica no qual havia milhares de pessoas, próximo à fronteira com Gaza, e um dos primeiros alvos do Hamas no ataque.
Circulou nas redes sociais um vídeo de pessoas correndo como se estivessem fugindo dos ataques. No entanto, a imagem foi filmada três dias antes, durante um show do cantor norte-americano Bruno Mars, mostrando fãs correndo para o local do palco após a abertura dos portões, em Tel Aviv.
“Já sabemos que amplificam o ódio de desinformação de conteúdo mais polêmico, por exemplo, porque provoca uma reação emocional”, afirmou Ahmed.
Veja também: Ataque a festival de música em Israel; imagens mostram massacre
O CCDH encaminhou ao Twitter antes do conflito ser deflagrado uma lista com 300 postagens com conteúdo racista, antissemita e neo-nazista. Uma semana depois, 86% do conteúdo continuava disponível.
O grupo e a plataforma travam uma disputa judicial sobre o tema. Precisamos de transparência real e precisamos de plataformas que não tornem quase impossível estudarmos o que eles afirmam ser apenas liberdade de expressão”, afirmou o diretor do CCDH.
A CNN procurou o X (antigo Twitter) e aguarda retorno.