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    Grupos armados da Colômbia usaram negociações para se fortalecer, diz comandante

    Seis décadas de combates no país andino já mataram pelo menos 450.000 pessoas

    Luis Jaime Acostada Reuters

    Grupos armados ilegais da Colômbia aproveitaram a busca do governo pela paz para se fortalecerem militar e economicamente, disse o comandante das forças armadas do país nesta segunda-feira (2).

    Desde 2022, o governo do presidente Gustavo Petro tem buscado negociações de paz com guerrilheiros de esquerda e gangues criminosas fundadas por ex-paramilitares de direita, em uma tentativa de acabar com o conflito interno da Colômbia.

    Seis décadas de combates no país andino já mataram pelo menos 450.000 pessoas.

    “Eles não demonstram genuinamente uma vontade de paz, estão sempre visando a população enquanto exercem mais controle sobre atividades como o tráfico de drogas e a mineração ilícita, por isso temos que ir atrás deles”, disse o almirante Francisco Cubides em uma entrevista à Reuters.

    “O governo sempre esteve aberto a conversas, mas esses grupos se aproveitaram dessa generosidade”, acrescentou.

    O governo, que promoveu esforços de paz como acordos de cessar-fogo bilaterais com os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), duas facções dissidentes das agora desmobilizadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e a gangue criminosa Clan del Golfo, continua trabalhando para consolidar acordos, mesmo com a retomada dos combates e com a fragmentação de alguns grupos, o que dificulta as negociações.

    Até agora neste ano, o Exército colombiano confiscou 560 toneladas de cocaína, uma importante fonte de renda para os grupos armados, disse Cubides.

    Os grupos e suas redes de apoio somam mais de 20.000 pessoas, disse, acrescentando que em algumas partes da Colômbia eles lutam entre si, mas em outras regiões formam alianças para produzir cocaína e extrair ouro.

    “É uma rede complexa de crime que os militares e a polícia estão atacando com o objetivo de impor maior controle”, disse Cubides.

    Alguns dos grupos, especialmente as FARC dissidentes, insistem que lutam pela justiça social e pelas comunidades abandonadas pelo Estado, o que Cubides rejeita.

    “Hoje, esses grupos perderam sua ideologia e estão totalmente dedicados à sua subsistência e ao apoio às economias ilegais”, disse Cubides.

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