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    Grupo Wagner treina tropas de Belarus próximo à fronteira da Polônia

    Mercenários preparam integrantes das forças especiais bielorrussas a cerca de 5 quilômetros de território defendido pela Otan, criando tensão entre vários países 

    Da Reuters

    Moscou

    Mercenários do Grupo Wagner começaram a treinar forças especiais bielorrussas a apenas alguns quilômetros da fronteira com a Polônia, membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse o Ministério da Defesa de Belarus nesta quinta-feira (20).

    O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi mostrado em um vídeo na quarta-feira recepcionado seus combatentes, dizendo-lhes que não participarão mais da guerra na Ucrânia por enquanto, mas ordenando-lhes que direcionem seu foco para a África enquanto treinam o Exército bielorrusso.

    “As Forças Armadas de Belarus continuam o treinamento conjunto com os combatentes de Wagner PMC (Companhia Militar Privada)”, disse o Ministério da Defesa de Belarus.

    “Durante a semana, unidades de forças de operações especiais, juntamente com representantes da Companhia, realizarão tarefas de treinamento de combate no campo militar de Brest.”

    A distância do campo é de apenas 5 km a leste da fronteira polonesa.

    Minsk postou fotos de instrutores de Wagner mascarados, com os rostos cobertos de acordo com as regras do grupo mercenário, treinando soldados bielorrussos com veículos blindados e o que parecem ser controles de drones.

    A Polônia é um ex-membro do Pacto de Varsóvia e atualmente é membro pleno da Otan, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos desde 1999. O país começou a mover mais de mil soldados para o leste do país no início deste mês, em meio à crescente preocupação de que os combatentes de Wagner em Belarus possam levar a um aumento da tensão na sua fronteira.

    O Ministério da Defesa da Polônia disse nesta quinta-feira que as fronteiras do país estão seguras e que o país está pronto para “vários cenários à medida que a situação se desenvolve”.

    Questionado sobre a decisão da Polônia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: “Claro que é motivo de preocupação. A agressividade da Polônia é uma realidade”.

    O motim fracassado do Wagner na Rússia em 23 e 24 de junho foi interpretado pelo Ocidente como um desafio ao governo do presidente russo, Vladimir Putin, que ilustra a fraqueza do chefe do Kremlin de 70 anos e a tensão da guerra da Ucrânia sobre o Estado russo.

    A Rússia rejeita essa interpretação e diz que o povo russo se uniu a Putin e aos militares.

    Um acordo foi fechado em 24 de junho segundo o qual os mercenários se mudariam para Belarus em troca das acusações contra eles serem retiradas. Putin disse que os combatentes podem partir para Belarus, ficar sob o comando do Ministério da Defesa ou voltar para suas famílias.

    O Grupo Wagner ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014, lutou contra militantes do Estado Islâmico na Síria, operou na República Centro-Africana e no Mali e tomou a cidade ucraniana de Bakhmut para a Rússia mais cedo neste ano, com perdas consideráveis em ambos os lados.

    (Reportagem de Guy Faulconbridge e Felix Light)