Grupo Wagner treina tropas de Belarus próximo à fronteira da Polônia
Mercenários preparam integrantes das forças especiais bielorrussas a cerca de 5 quilômetros de território defendido pela Otan, criando tensão entre vários países
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Polícia russa invadiu a casa do chefe do grupo de mercernários Wagner, Yevgeny Prigozhin, em São Petesburgo • 24/06/2023REUTERS/Alexander Ermochenko
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Montantes de dinheiro encontrados na residência de Yevgeny Prigozhin • Vesti/Telegram
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Armas e munições encontradas na casa do chefe do grupo Wagner • Vesti/Telegram
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Imagem mostra várias perucas escondidas em um armário no que as autoridades russas disseram ser a casa de Prigozhin • Vesti/Telegram
Mercenários do Grupo Wagner começaram a treinar forças especiais bielorrussas a apenas alguns quilômetros da fronteira com a Polônia, membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse o Ministério da Defesa de Belarus nesta quinta-feira (20).
O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi mostrado em um vídeo na quarta-feira recepcionado seus combatentes, dizendo-lhes que não participarão mais da guerra na Ucrânia por enquanto, mas ordenando-lhes que direcionem seu foco para a África enquanto treinam o Exército bielorrusso.
“As Forças Armadas de Belarus continuam o treinamento conjunto com os combatentes de Wagner PMC (Companhia Militar Privada)”, disse o Ministério da Defesa de Belarus.
“Durante a semana, unidades de forças de operações especiais, juntamente com representantes da Companhia, realizarão tarefas de treinamento de combate no campo militar de Brest.”
A distância do campo é de apenas 5 km a leste da fronteira polonesa.
Minsk postou fotos de instrutores de Wagner mascarados, com os rostos cobertos de acordo com as regras do grupo mercenário, treinando soldados bielorrussos com veículos blindados e o que parecem ser controles de drones.
A Polônia é um ex-membro do Pacto de Varsóvia e atualmente é membro pleno da Otan, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos desde 1999. O país começou a mover mais de mil soldados para o leste do país no início deste mês, em meio à crescente preocupação de que os combatentes de Wagner em Belarus possam levar a um aumento da tensão na sua fronteira.
O Ministério da Defesa da Polônia disse nesta quinta-feira que as fronteiras do país estão seguras e que o país está pronto para “vários cenários à medida que a situação se desenvolve”.
Questionado sobre a decisão da Polônia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: “Claro que é motivo de preocupação. A agressividade da Polônia é uma realidade”.
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Chefe da grupo militar privado Wagner, Yevgeny Prigozhin, deixando o quartel-general militar russo em Rostov-on-Don, no sudoeste da Rússia, após acordo para recuo das tropas. Imagem de 24/6/2023 • Reprodução/Reuters
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Após deixar Rostov, paradeiro de Yevgeny Prigozhin é desconhecido. Ele deve entrar no território de Belarus • 24/06/2023Imagem obtida de vídeo. Serviço de Imprensa da "Concord"/Divulgação via REUTERS
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Mercenários do grupo russo Wagner em processo para deixar Rostov-on-Don • 24/06/2023REUTERS/Stringer
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Nova imagem com combatentes do grupo mercenário em Rostov-on-Don. Antes de recuar, eles ameaçaram invadir Moscou • 24/06/2023REUTERS/Alexander Ermochenko
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Combatentes do grupo Wagner em Rostov-on-Don, após recuarem da ameaça de invadir Moscou • REUTERS/Stringer
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Combatentes do grupo Wagner em Rostov-on-Don • 24/06/2023REUTERS/Stringer
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Combatentes do grupo mercenário russo Wagner ganharam perdão do governo russo para encerrar rebelião • 25/06/2023REUTERS/Stringer
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O presidente russo, Vladimir Putin, classificou os mercenários de traidores, mas depois recuou no acordo ao oferecer perdão • Colaborador/Getty Images
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Moscou chegou a montar barricadas na espera do ataque dos mercenários do Wagner, o que não ocorreu • 24/06/2023 REUTERS/Stringer
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Antes de recuar, Yevgeny Prigozhin , chefe do Wagner, disse ter 25 mil soldados junto com ele • 08/04/2023REUTERS/Yulia Morozova
O motim fracassado do Wagner na Rússia em 23 e 24 de junho foi interpretado pelo Ocidente como um desafio ao governo do presidente russo, Vladimir Putin, que ilustra a fraqueza do chefe do Kremlin de 70 anos e a tensão da guerra da Ucrânia sobre o Estado russo.
A Rússia rejeita essa interpretação e diz que o povo russo se uniu a Putin e aos militares.
Um acordo foi fechado em 24 de junho segundo o qual os mercenários se mudariam para Belarus em troca das acusações contra eles serem retiradas. Putin disse que os combatentes podem partir para Belarus, ficar sob o comando do Ministério da Defesa ou voltar para suas famílias.
O Grupo Wagner ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014, lutou contra militantes do Estado Islâmico na Síria, operou na República Centro-Africana e no Mali e tomou a cidade ucraniana de Bakhmut para a Rússia mais cedo neste ano, com perdas consideráveis em ambos os lados.
(Reportagem de Guy Faulconbridge e Felix Light)