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    Grupo de brasileiros que estava no Sudão desembarca em São Paulo

    Nove pessoas – entre jogadores e comissão técnica de clube sudanês - desembarcaram na capital paulista na sexta-feira, após ação conjunta do Itamaraty e Confederação Brasileira de Futebol; parte do grupo rumou para o RJ

    Fábio Mendesda CNN , São Paulo

    Um grupo de brasileiros, que tentava deixar o Sudão em meio ao conflito que deixou mais de 500 mortes desde o último dia 15, conseguiu desembarcar no Brasil em segurança. Nove pessoas, entre jogadores e membros da comissão técnica do clube de futebol Al-Merreikh, desembarcaram em São Paulo na sexta-feira (28), sendo que alguns se dirigiram em seguida para o Rio de Janeiro.

    O Itamaraty, em conjunto com o Ministério da Justiça, vinha trabalhando para resgatar os brasileiros, contando com o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para viabilizar o regresso. O grupo conseguiu deixar o Sudão pela fronteira com o Egito, ao norte do país.

    O grupo contava com quatro atletas do Al-Merreikh, que atua na primeira divisão sudanesa: os atacantes Rafael e Paulo Sérgio, o meia Matheuzinho e o lateral-direito Alex Silva. Além deles, havia mais cinco brasileiros no clube, atuando na comissão técnica.

    Um deles é Esdras Lopes, que trabalhava como assistente técnico e analista de desempenho do Al-Merreikh. Ele agradeceu o apoio da CBF e do governo brasileiro para o resgate e falou dos dias de temor e insegurança que passaram desde que o confilto eclodiu. “Passamos por momentos complicados, em áreas de graves distúrbios, com escassez de alimentos e de energia elétrica”, disse ele em depoimento à página da CBF.

    Lopes também citou o empenho do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Saferj) e de vários parlamentares para que conseguissem deixar o Sudão.

    Além dos nove integrantes do Al-Merrikh, também trabalhava no Sudão a major do exército Gabriela Rocha Bernardes. Ela atua como oficial de relatórios do Comitê Permanente de Cessar-fogo da Missão Integrada das Nações Unidas de Assistência à Transição no Sudão (UNITAMS). Desde a eclosão do conflito ela aguarda uma possibilidade de fuga via aérea.

    O conflito

    Mais de 500 pessoas foram mortas e mais de 4 mil ficaram feridas devido aos conflitos entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) que eclodiu em 15 de abril e desativou uma transição apoiada internacionalmente para eleições democráticas.

    Os dois grupos, que lutam pelo poder há vários anos, violaram diversas tréguas mediadas pelos países vízinhos, além dos Estados Unidos, prosseguindo com ferozes combates. Centenas de milhares de pessoas deixaram o país por meio das fronteiras do Egito, Chade, Djibuti e Eritreia. Mesmo o Sudão do Sul, que convive com uma grave crise humanitária, foi o destino de ao menos 20 mil refugiados.

    Ataques aéreos, tanques e artilharia abalaram a capital do Sudão, Cartum, e a cidade vizinha de Bahri, nesta sexta-feira (28), disseram testemunhas, embora o Exército e uma força paramilitar rival tenham concordado em estender uma trégua por 72 horas.

     

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