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    Governo Milei: “Terroristas” tentaram “golpe de Estado” em meio a protestos contra reformas

    Cidadãos protestavam contra megaprojeto de lei de Javier Milei, que está sendo analisado pelo Senado

    Tiago Tortellada CNN , em São Paulo

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    O governo da Argentina, por meio de uma publicação no X, afirmou que “terroristas” tentaram um golpe de Estado durante protestos em frente ao Congresso nesta quarta-feira (12). Manifestantes entraram em confronto com a polícia.

    As pessoas protestavam contra o megaprojeto de lei proposto por Javier Milei, que dá poderes especiais para Milei governar por decreto em diversas áreas, permite a dissolução de organismos públicos e privatizações de estatais, altera leis trabalhistas e dá incentivos fiscais para empresas estrangeiras que queiram investir no país.

    Na publicação, o escritório da Presidência argentina disse que “grupos terroristas” armados com “paus, pedras e até granadas” tentaram fazer um golpe de Estado, atacando o funcionamento normal do Congresso.

    Patricia Bullrich, ministra da Segurança, também se pronunciou, destacando que “fomos proteger o Congresso e eles responderam com pedras e fogos. Respondemos imediatamente”.

    Ela adicionou que cada um dos responsáveis por incendiar um veículo de uma estação de rádio vão pagar com uma pena “que não será leve”.

    Enquanto o projeto era analisado por senadores, carros e lixeiras foram incendiados. Além disso, manifestantes jogaram pedras e garrafas contra policiais, que usaram gás lacrimogênio, um canhão d’água e balas de borracha para dispersar a multidão.

    Houveram feridos e detidos, segundo a Todo Notícias, rede afiliada da CNN.

    O que é o megaprojeto de lei de Milei?

    A “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”, também conhecido como megaprojeto de lei, foi apresentado nos primeiros dias do governo de Javier Milei.

    O documento original possuía 664 artigos. Depois de muita articulação política e debate, a Câmara aprovou um texto com 232 artigos, quase um terço do projeto original.

    O pacote inclui diversas modificações e medidas, incluindo a declaração de “emergência pública em questões administrativas, econômicas, financeiras e energéticas pelo período de um ano”.

    A medida daria a possibilidade ao Poder Executivo para legislar nessas áreas sem precisar passar pelo Congresso.

    Entretanto, o governo teve que ceder novamente em relação a alguns pontos para que ele fosse analisado pelo Senado.

    A Aerolíneas Argentinas, Radio y Televisión Argentina (RTA) e Correo Argentino foram excluídas das empresas públicas viáveis ​​para privatização.

    Além disso, foram eliminadas a reconfiguração da moratória previdenciária e a criação do Benefício de Aposentadoria Proporcional para quem atingiu a idade de aposentadoria, mas não os 30 anos de contribuições exigidas.

    *com informações da CNN Espanhol

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