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    Governo dos EUA negocia com o Talibã e diz que grupo será julgado por suas ações

    Representantes norte-americanos e do Afeganistão se reuniram em Doha, no Catar

    David BrunnstromMoataz Abdelrahiemda Reuters

    Os Estados Unidos disseram neste domingo (10) que o primeiro encontro cara a cara de altos funcionários do governo com representantes do Talibã desde que o grupo retomou o poder no Afeganistão foi “franco e profissional”. E que o Talibã seria julgado por suas ações, não apenas por suas palavras.

    O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse que nas negociações deste fim de semana em Doha, no Catar, a delegação dos EUA se concentrou em questões de segurança e terrorismo e da passagem segura de cidadãos americanos, outros estrangeiros e afegãos, bem como de direitos humanos, incluindo a participação significativa de mulheres e meninas em todos os aspectos da sociedade afegã.

    Ele disse que os dois lados também discutiram “a provisão dos Estados Unidos de assistência humanitária robusta diretamente ao povo afegão”.

    Não disse se algum acordo foi alcançado.

    No sábado (7), a televisão Al Jazeera, do Catar, citou o ministro das Relações Exteriores do Afeganistão dizendo que os representantes do Talibã pediram ao lado dos EUA para suspender a proibição das reservas do banco central afegão.

    O ministro Amir Khan Muttaqi teria dito que Washington ofereceria vacinas contra o coronavírus e que os dois lados discutiram “a abertura de uma nova página” entre os dois países.

    Funcionários do governo Biden disseram à Reuters na sexta-feira (8) que a delegação dos EUA pressionaria o Talibã para libertar o americano sequestrado Mark Frerichs.

    Outra prioridade seria manter o Talibã no compromisso de não permitir que o Afeganistão se torne novamente um viveiro para a Al Qaeda ou outros extremistas.

    O Talibã retomou o poder no Afeganistão em agosto, quase 20 anos depois de ter sido derrubado em uma invasão liderada pelos EUA por se recusar a entregar o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, após os ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos.

    As autoridades americanas disseram que a reunião de fim de semana foi uma continuação de “compromissos pragmáticos” com o Talibã e “não sobre conceder reconhecimento ou legitimidade” ao grupo.

    As autoridades americanas dizem que estão em contato com dezenas de americanos e residentes legais permanentes que desejam deixar o Afeganistão e que milhares de afegãos aliados dos EUA sob risco de perseguição pelo Talibã ainda estão no país.

    Washington e outros países ocidentais estão lutando com escolhas difíceis enquanto uma grave crise humanitária se agiganta no Afeganistão. Eles estão tentando descobrir como se envolver com o Talibã sem conceder ao grupo a legitimidade que ele busca, ao mesmo tempo em que garantem o fluxo de ajuda humanitária para o país.

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