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    Governo de Jacinda Ardern deu exemplos positivos ao mundo; entenda

    Primeira-ministra da Nova Zelândia se transformou numa líder mundial e ampliou o status global do país, mas acaba mandato criticada internamente

    Américo Martinsda CNN

    em Londres

    O balanço do governo da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, foi muito positivo no cenário internacional.

    Líder de um pequeno e distante país no sul do Oceano Pacífico, Ardern conseguiu dar um protagonismo inédito para os neozelandeses na geopolítica global.

    Muito disso se deve ao seu carisma e à forma direta como dialoga com as pessoas, independente do status social de seus interlocutores.

    Sob seu governo, a Nova Zelândia adotou uma bem sucedida política contra a pandemia da COVID-19 –especialmente nos seus estágios iniciais, quando o país adotou um severo lockdown e fechou suas fronteiras à espera da vacina que salvaria milhões de vidas.

    Ela também uniu o país em março de 2019, quando um racista lunático chocou o mundo ao invadir uma mesquita na cidade de Christchurch, matando 51 pessoas. As execuções foram transmitidas pelo criminoso ao vivo pelas redes sociais.

    Na ocasião, Ardern foi clara ao chamar o executor do atentado de “terrorista” e mostrar compaixão com toda a comunidade. Ela nunca se referiu ao nome do criminoso, para negar a publicidade que ele tanto procurava.

    A política anti-trump

    A primeira-ministra também ganhou notoriedade mundial por ser vista como uma política anti-Trump.
    Ela foi eleita poucos meses depois do início do mandato do presidente Donald Trump nos Estados Unidos. Num mundo que parecia pender para a direita, com a adoção de políticas conservadoras e de exclusão, Arden foi vista como um símbolo mundial de políticas sociais progressistas e de inclusão.

    No seu segundo ano de mandato, a primeira-ministra deu mais um exemplo positivo ao mundo ao mostrar que as mulheres podem perfeitamente conciliar altas posições em cargos importantes com a maternidade.

    Ela foi apenas a segunda mulher da história recente a dar à luz a uma criança no cargo de chefe de estado –depois de Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra do Paquistão, que teve um filho em 1990.

    Internamente, Ardern foi criticada ao vetar a exploração de petróleo no oceano, com a oposição chamando a decisão de “vandalismo econômico”. Mais uma vez, ela mostrava que colocava seus valores acima dos lucros econômicos.

    Para parte do eleitorado, ela também não conseguiu cumprir muitas de suas promessas de campanha. Entre elas, o fim da pobreza entre famílias com crianças.

    Agora, dizendo-se “exausta” pelas pressões do cargo, a primeira-ministra anuncia que não vai mais concorrer à reeleição.

    Alguns certamente vão considerar que esse é um gesto de fraqueza, de alguém que sabe que poderia perder a eleição.

    Isso é um fato, mas também mostra o desprendimento de uma política ainda jovem com ficar no poder a todo custo