Governador de Nova York, Andrew Cuomo, é acusado de assédio pela terceira vez
Democrata é alvo de duas queixas semelhantes feitas por ex-funcionárias
Uma terceira mulher acusa o governador de Nova York, o democrata Andrew Cuomo, de assédio sexual. O relato foi publicado pelo jornal The New York Times na segunda-feira (1º) e aumenta a crise enfrentada pelo político, que é alvo de duas queixas semelhantes feitas por ex-funcionárias.
Anna Ruch disse à publicação que Cuomo a abordou durante uma festa de casamento, em 2019. Ela contou que agradeceu o governador pelas palavras dedicada aos noivos e, em resposta, ele teria colocado a mão na parte inferior das costas dela, que estava exposta, pois ela usava um vestido aberto.
A mulher ainda afirmou que ao retirar a mão dele do local, Cuomo teria dito que ela parecia ‘agressiva’. Em seguida, Ruch relatou que o governador tocou em seu rosto e perguntou se poderia beijá-la. Nesse momento, ela conta que se distanciou do democrata.
“Fiquei muito confusa, chocada e envergonhada”, disse Ruch ao jornal. “Eu virei minha cabeça e fiquei sem palavras naquele momento.”
Segundo o Times, a cena foi vista por uma amiga de Ruch que estava por perto e registrada por fotografias tiradas com um celular. O jornal publicou uma única imagem dos dois juntos no evento. Nela, Cuomo parece colocar as mãos no rosto de Ruch, mas não fica claro o que acontecia naquele momento.
A CNN não verificou as alegações de Ruch contra o governador de Nova York. Ela também não respondeu ao pedido de comentário feito pela nossa equipe.
Ex-funcionárias
Ruch é a primeira mulher que não trabalha para Cuomo a fazer uma acusação contra ele. As outras duas que fizeram isso, Lindsey Boylan e Charlotte Bennett, eram assessoras do político.
No domingo, o democrata publicou uma declaração na qual se defende dos relatos das ex-funcionárias. “Para ser claro, nunca toquei em ninguém inadequadamente, nunca fiz propostas a ninguém e nunca tive a intenção de fazer ninguém se sentir desconfortável, mas essas são alegações para as quais os nova-iorquinos merecem respostas”, disse no comunicado.
Cuomo também reconheceu que alguns de seus comentários anteriores “podem ter sido insensíveis ou muito pessoais” e disse que estava “verdadeiramente arrependido” por aqueles que podem ter “interpretado mal (os comentários) como um flerte indesejado”.
As declarações do governador foram feitas no domingo (28), um dia depois de o Times publicar a acusação de assédio sexual feita por Bennet.
A ex-assistente executiva e consultora de políticas de saúde de Cuomo, de 25 anos, disse ao jornal que durante um dos vários encontros desagradáveis que teve com ele, o democrata fez perguntas sobre a sua vida sexual e afirmou que estava aberto a relacionamentos com mulheres na casa dos 20 anos.
Ela também contou ao Times que interpretou as falas, que teriam ocorrido em junho de 2020, como “aberturas claras para um relacionamento sexual”.
Cuomo negou as alegações e afirmou que “nunca fez avanços em relação à Sra. Bennett, nem tive a intenção de agir de qualquer maneira que fosse inadequada”.
A CNN ligou para Bennet, mas não foi atendida.
Outra ex-assessora, Boylan diz ter sido assediada e recebido um beijo indesejado do governador. Em uma postagem no Medium na semana passada, ela alegou que o democrata a beijou na boca após uma reunião individual no escritório dele em Nova York, em 2018.
“Estou falando porque tenho o privilégio poder fazer isso, enquanto muitos outros não”, comentou Boylan.
Em dezembro, quando essas acusações apareceram pela primeira vez, Cuomo as negou firmemente. A CNN não conseguiu confirmar as alegações e, quando questionou Boylan sobre os novos relatos, ela respondeu que iria deixar a publicação feita no Medium falar por si.
Investigação
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, anunciou na segunda-feira que poderá prosseguir com uma investigação independente sobre as acusações e disse em um comunicado que “não é uma responsabilidade que levamos levianamente, já que as alegações de assédio sexual devem sempre ser levadas a sério”.
James rejeitou a proposta de Cuomo para que ela e o juiz-chefe de Nova York selecionassem em conjunto um advogado independente para conduzir uma “revisão completa e independente” das acusações contra ele. Em vez disso, a procuradora exigiu que só ela conduzisse a investigação, escolhendo um escritório de advocacia externo que receberia poder de intimação. A proposta foi aceita por Cuomo.
Segundo James, as “descobertas serão divulgadas em um relatório público”.
(Texto traduzido, leia o original em inglês)