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    Geórgia: Autoridade de direitos humanos denuncia “tortura” contra manifestantes

    Levan Ioseliani acusou a polícia de usar força desproporcional em protestos

    Felix Lightda Reuters

    O ombudsman público da Geórgia acusou a polícia nesta terça-feira (3) de torturar pessoas presas durante os seis dias de grandes protestos contra a decisão do governo de suspender as negociações de adesão à União Europeia.

    Levan Ioseliani, cuja função é defender os direitos dos cidadãos, disse que ele e seus funcionários tiveram contato com pessoas submetidas ao “tratamento mais severo” pela polícia.

    “Na maioria dos casos, elas sofreram ferimentos graves no rosto, nos olhos e na cabeça, o que praticamente exclui a possibilidade de que a polícia tenha usado a força necessária e proporcional contra elas todas as vezes”, disse, em um comunicado.

    “O local, a natureza e o grau dos ferimentos criam uma impressão confiável de que a polícia usa métodos violentos contra os cidadãos para puni-los. A violência intencional e severa com o propósito de punição constitui um ato de tortura.”

    A Reuters solicitou comentários do governo e do partido governista Sonho Georgiano, mas nenhum estava disponível em um primeiro momento.

    Os Estados Unidos já haviam condenado o uso de “força excessiva” contra os manifestantes. Mas o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, elogiou repetidamente a polícia por sua resposta, dizendo que ela demonstrou maior profissionalismo do que as polícias da Europa e nos EUA.

    O país de 3,7 milhões de habitantes está mergulhado em uma crise desde a última quinta-feira (28), quando o partido Sonho Georgiano anunciou que estava interrompendo as negociações com a UE e renunciando a qualquer financiamento do bloco até 2028.

    A Geórgia tem sido um dos Estados sucessores mais pró-ocidentais da antiga União Soviética, mas críticos acusam o governo de abandonar essa trajetória e aproximar o país da Rússia. A crise é observada de perto em Moscou, Bruxelas e Washington.

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