George Santos deixa tribunal, descarta renúncia e diz que irá a Washington votar projeto de imigração
Deputado foi detido nesta quarta-feira devido a 13 acusações; ele negou todas e afirmou ser alvo de uma "caça às bruxas"
O deputado norte-americano George Santos deixou o tribunal de Nova York na tarde desta quarta-feira (10), para onde foi levado a depor após ser detido pela manhã. Em entrevista a repórteres, ele afirmou que não irá renunciar a seu mandato na Câmara dos Representantes e que irá concorrer à reeleição. Ele também afirmou que seguirá amanhã para Washington para participar da votação de uma lei sobre controle de fronteiras.
“Eu tenho que voltar e votar”, disse a repórteres do lado de fora do tribunal em Central Islip, Nova York. “Amanhã temos uma das votações mais importantes deste Congresso, que é o projeto de fronteira, e estou muito ansioso para estar lá para votá-lo”. Ele deixou o tribunal após o pagamento de fiança de US$ 500 mil, determinado pela justiça.
O representante de Nova York também disse que ainda planeja concorrer à reeleição depois de se declarar inocente de 13 acusações federais que incluem fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, roubo de fundos públicos e declarações falsas à Câmara. Ele chamou a acusação de “uma caça às bruxas” e disse que vai “lutar minha batalha”.
O projeto de fronteira do Partido Republicano, que está morto ao chegar ao Senado, reiniciaria a construção do muro na fronteira, aumentaria o financiamento para agentes de fronteira e atualizaria a tecnologia de fronteira, restabeleceria a política de “permanecer no México”, colocaria novos restrições aos requerentes de asilo e aumentar os requisitos para E-verify.
Santos afirmou, de forma contundente, que não renunciará a sua cadeira no Congresso, apesar da pressão de vários colegas, inclusive de seu próprio partido, e que planeja concorrer à reeleição. Questionado se achava que seria reeleito, o parlamentar foi protocolar: “Não cabe a mim saber. As eleições são muito complicadas. Cabe ao povo. Confio neles para decidir o que é melhor”.
Durante a entrevista aos repórteres, Santos afirmou que tem sido “complacente durante todo o processo” e continuará sendo. “Não tenho nenhum desejo de não cumprir (as determinações da justiça) neste momento”, disse Santos. “Agora eu vou ter que ir e lutar para me defender.”
Rebatendo acusações
Depois de se declarar inocente de 13 acusações federais, Santos negou as acusações de que solicitou de forma fraudulenta benefícios de desemprego relacionados à Covid.
“Durante a pandemia, não ficou muito claro. Não entendo de onde o governo tira essas informações, mas vou apresentar meus fatos”, disse Santos à imprensa, logo após deixar o tribunal. “Meu emprego mudou durante esse tempo, não entendo de onde vem.”
Quando um repórter perguntou a Santos que provas ele tinha, o representante republicano disse: “Tenho muitas provas que agora vamos compartilhar com o governo, neste caso, para garantir que eu possa defender minha inocência”.
Santos é acusado de solicitar de forma fraudulenta benefícios de desemprego, com a acusação alegando que ele alegou falsamente estar desempregado em um aplicativo para um programa de seguro-desemprego relacionado à pandemia.
Embora ele alegasse no requerimento que estava desempregado desde março de 2020, segundo os promotores, ele trabalhava em uma empresa de investimentos e, como parte de um salário anual de US$ 120 mil, supostamente recebia depósitos regulares – com exceção de um período em julho. e agosto de 2020.
Ele trabalhou na empresa entre fevereiro de 2020 e meados de abril de 2021, alega a acusação. Mas, por causa das repetidas afirmações falsas que ele teria feito ao programa de desemprego, Santos também recebeu US$ 24.744 em benefícios, segundo os promotores.