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    Furacão Fiona pode ser “evento meteorológico extremo” no Canadá, diz entidade

    Algumas partes do país, como as províncias marítimas, começaram a sentir efeitos na sexta-feira à noite, de acordo com o Canadian Hurricane Center

    Aya ElamroussiTheresa WaldropChristina Maxourisda CNN

    O furacão mortal Fiona enfraqueceu ligeiramente para uma tempestade da Categoria 3, mas ainda provoca ventos fortes, de 200 km/h, a caminho da costa atlântica do Canadá.

    As condições de evolução para categoria de furacão já eram esperadas para a noite de sexta-feira (23), segundo o National Hurricane Center, o Centro Nacional de Furacões dos EUA.

     

    Ou seja, ele estava prestes a virar um “evento meteorológico extremo” no leste do Canadá, ameaçando ventos fortes, pancadas de tempestade perigosas e chuvas com acumulados equivalentes a cerca de dois meses de precipitação, segundo as previsões do Canadian Hurricane Center.

    Algumas partes do país, como as províncias marítimas, começaram a sentir efeitos na sexta-feira à noite, de acordo com o centro.

    “Pode ser um acontecimento marcante para o Canadá por causa da intensidade de um ciclone tropical”, que poderia até se tornar a versão canadense do furacão Sandy, opinou Chris Fogarty, gerente do Canadian Hurricane Center.

    O furacão Sandy afetou 24 estados e toda a costa leste dos Estados Unidos em 2012, causando danos estimados em US$ 78.7 bilhões.

    Autoridades das regiões de Nova Scotia e Prince Edward Island, no Canadá, apelaram para aqueles que estão no caminho da tempestade que fiquem alertas e se preparem para os impactos do furacão.

    O Fiona já ceifou a vida de pelo menos cinco pessoas e deixou milhões de pessoas sem energia nesta semana ao atingir várias ilhas do Caribe.

    O Fiona evoluiu para uma tempestade de Categoria 4 no início de quarta-feira (21) sobre o Atlântico, depois de passar por Turks and Caicos, e permaneceu assim até sexta à tarde.

    O National Hurricane Center dos EUA disse em seu boletim noturno de sexta que a tempestade havia enfraquecido um pouco, mas ainda causava ventos com força do furacão. A área coberta por sua passagem estende-se a mais de 160 km a partir de seu centro e os ventos tropicais podem ser sentidos a mais 300 km do mesmo ponto.

    O olho do furacão estava a 350 km a sudeste de Halifax na noite de sexta.

    “Embora se preveja um enfraquecimento gradual durante os próximos dias, espera-se que Fiona seja um poderoso ciclone com força de furacão quando atravessar o Atlântico canadense”, afirmou o centro.

    Aviso de furacão em partes da Nova Scotia

    No Canadá, foram implementados avisos de furacão para Nova Scotia, de Hubbards a Bhule, e em Newfoundland, de Person’s Pond a Francois. As ilhas Prince Edward e Isle-de-la-Madeleine também estão em alerta.

    “Há um potencial de ele ser muito perigoso”, declarou John Lohr, ministro responsável pelo Escritório de Gestão de Emergência para a Nova Scotia. “Projeta-se que os impactos sejam sentidos em toda a província. Todo morador da Nova Scotia deve estar se preparando hoje”, acrescentou Lohr durante uma atualização ainda na quinta-feira.

    Os residentes devem se preparar para ventos destruidores, ondas muito altas, pancadas de tempestade costeira e chuvas fortes, o que pode levar a interrupções prolongadas de energia, disse Lohr. As autoridades de emergência incentivaram as pessoas a proteger itens ao ar livre, aparar árvores, deixar celulares e aparelhos móveis carregados e montar um kit de emergência de 72 horas.

    A área não vive uma tempestade intensa como essa há cerca de 50 anos, de acordo com Chris Fogarty, do Canadian Hurricane Center.

    “Levemos a sério porque vemos números nos nossos mapas meteorológicos que raramente são vistos aqui”, afirmou Fogarty.

    A companhia de energia elétrica Nova Scotia Power ativou um Centro de Operações de Emergência (EOC na sigla em inglês) na manhã de sexta-feira, que servirá como área central de coordenação para restauração e resposta de interrupções, de acordo com um comunicado de imprensa.

    A empresa também trabalhará em estreita colaboração com o Escritório de Gestão de Emergência da Nova Scotia.

    “Estamos tomando todas as precauções e estaremos prontos para responder ao furacão Fiona da forma mais segura e eficiente possível”, afirmou Sean Borden, coordenador responsável pela tempestade da concessionária.

    ‘Vai ser feio’

    Andy Francis, pescador no sudoeste de Newfoundland, aguardava a tempestade nesta semana com um barco já fora da água e amarrando o outro a uma doca próxima.

    “Desta vez, parece que todos têm o mesmo consenso de que isso vai ser feio”, falou o pescador à CBC News. Segundo ele, todos os moradores da área também se preparavam para ajudar a “minimizar os danos”.

    “Isso vai ser diferente”, completou.

    Por todo a costa atlântica do Canadá, os ventos podem ser de cerca de 160 km/h, uma vez que o Fiona deverá enfraquecer um pouco antes de tocar o solo na Nova Scotia, segundo os meteorologistas da CNN Rob Shackelford e Taylor Ward.

    As autoridades da Prince Edward Island imploraram aos residentes que se preparassem para o pior à medida que a tempestade se aproxima.

    Tanya Mullally, que serve como chefe da administração de emergência da província, disse que uma das preocupações mais prementes com Fiona é a onda histórica de tempestades que ele deve desencadear.

    “A tempestade vai certamente ser significativa, com inundações que não vimos nem podemos medir”, disse Mullally na quinta-feira durante um boletim.

    A modelagem do Canadian Hurricane Center sugere que as tempestades, “dependendo da área, poderiam atingir precipitações de 1,8 a 2,4 metros”, explicou Bob Robichaud, meteorologista do centro.
    A porção norte da ilha deve ser a mais atingida devido à direção dos ventos, que provavelmente causarão danos patrimoniais e inundações costeiras.

    Todos os campings, praias e parques abertos ao público da província, bem como o Shubenacadie Wildlife Park, fecharam na sexta-feira.

    Ainda sem energia

    No início desta semana, o Fiona danificou casas e acabou com a infraestrutura crítica de energia e água que atende milhões de pessoas em Porto Rico, na República Dominicana e ilhas Turks and Caicos.

    Na sexta-feira, cinco dias depois de Porto Rico ter experimentado um apagão em toda a ilha assim que o Fiona tocou o solo no domingo, apenas 41% dos clientes haviam relatado a volta da energia, de acordo com os números do operador de rede elétrica LUMA Energy publicados no sistema de portal de emergência da ilha.

    A queda geral de energia acontece enquanto Porto Rico resiste ao calor extremo, o que fez com que as temperaturas chegassem a 440 C na quinta-feira (22), de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia. As temperaturas permaneceram na casa dos 30ºC na sexta-feira, de acordo com o meteorologista da CNN Taylor Ward.

    Daniel Hernández, diretor de projetos renováveis na LUMA, explicou que locais críticos, incluindo hospitais, serão priorizados antes que os reparos possam começar em um nível individual.

    “É um processo normal. O importante é que todos estejam calmos. Estamos trabalhando para garantir que 100% dos clientes tenham o serviço assim que possível”, disse Hernández.

    Mais de um quarto dos clientes na ilha não tinham serviço de água ou o tinham de forma intermitente, de acordo com o sistema do portal de emergência.

    Na República Dominicana, o Fiona afetou milhares de famílias, destruindo 2,262 casas, de acordo com o chefe de operações de emergência do país, o major-general Juan Méndez García.

    Segundo ele, mais de 210 mil casas e empresas ainda estavam às escuras na manhã de quinta-feira, e outros 725.246 clientes estavam sem água corrente.

    “Foi algo incrível, que nunca vimos antes”, desabafou Ramona Santana, na Higüey, República Dominicana, à CNN. “Estamos na rua, sem nada, sem comida, sem sapatos, roupas, apenas o que temos sobre o corpo. Não temos nada. Temos Deus e a esperança de que teremos ajuda”.

    O Fiona também ameaçou partes das ilhas Turks and Caicos na terça-feira (20). Áreas do território britânico ainda estavam sem energia no início desta semana, entre elas Grand Turk, South Caicos, Salt Cay, North Caicos e Middle Caicos, disse Anya Williams, governadora das ilhas.

    — Allison Chinchar, Melissa Alonso, Ana Melgar Zuniga e Amanda Musa da CNN contribuíram para esta reportagem.

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