França vive restrições de água após o inverno mais seco desde 1959
De acordo com a Meteo-France, o país está há 32 dias sem chuvas
A França está se preparando para introduzir restrições ao uso de água em partes do país a partir de março, em uma medida sem precedentes para a época do ano após o inverno mais seco em 64 anos, disse o ministro do Meio Ambiente, Christophe Bechu, nesta quarta-feira (22).
Segundo a Meteo-France, a França registrou 32 dias sem chuvas.
A rega e a irrigação já estão restritas em 87 municípios do sul, o que geralmente acontece no verão, não no inverno, e as reuniões com autoridades na sexta (24) e na segunda-feira (27) procurarão estender isso, disse Bechu.
“É sem precedentes” nesta época do ano, disse o ministro à emissora Franceinfo. “A França está em estado de alerta.”
Bechu não detalhou as medidas possíveis, mas disse que seriam “suaves” e seriam tomadas caso a caso quando necessário em uma área específica para evitar a adoção de medidas de emergência mais duras perto do verão.
Por exemplo, encher piscinas pode ser restrito em alguns territórios, disse ele.
Os estoques hidrelétricos estão baixos na França em comparação com o ano passado, o segundo menor em dez anos, e a quantidade de neve nos Alpes também é baixa em comparação com 2022, que foi um ano particularmente seco.
“No geral, esperamos baixa produção de energia hidrelétrica e níveis de rio mais baixos na primavera e no verão”, disse Jean-Paul Harreman, diretor da consultoria EnAppSys BV.
A Meteo-France disse que as chuvas nos próximos três meses serão cruciais para que as águas subterrâneas e os rios retornem aos níveis normais antes do verão.
Desde agosto de 2021, todos os meses, exceto três, tiveram déficit de chuva.
Agricultores do maior setor agrícola da União Europeia estão observando para ver se as chuvas previstas a partir de quarta-feira aliviarão a seca antes da estação de cultivo da primavera.
Embora as culturas de cereais semeadas antes do inverno permaneçam em boas condições, de acordo com o escritório agrícola FranceAgriMer, há preocupações de que as culturas plantadas na primavera, como milho e beterraba, possam sofrer com o estresse hídrico, como durante a seca do ano passado.
Essa seca levou os produtores a aumentar a semeadura de safras de inverno, como trigo, e deixar menos espaço para variedades de primavera este ano, disse o sindicato agrícola FNSEA.