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    Forças ucranianas preparam contra-ataque no sul do país, dizem fontes dos EUA

    Ucrânia indicou na manhã desta segunda-feira (29) que as ações estavam em andamento; os principais alvos da ofensiva não foram revelados

    Jim Sciuttoda CNN*

    As forças ucranianas começaram a “moldar” uma operação no Sul da Ucrânia para preparar o campo de batalha para uma contra-ofensiva significativa contra a Rússia, disseram à CNN dois interlocutores informados sobre a inteligência dos Estados Unidos.

    As operações de modelagem são uma prática militar padrão antes de uma ofensiva e envolvem sistemas de armas de ataque, comando e controle, depósitos de munição e outros alvos para preparar o palco para os avanços planejados.

    Os EUA acreditam que a contra-ofensiva ucraniana, há muito antecipada, incluirá uma combinação de operações aéreas e terrestres.

    A Ucrânia indicou na manhã desta segunda-feira (29) que as ações estavam em andamento.

    “Sim, [as forças ucranianas] iniciaram as ações ofensivas em várias direções na frente Sul para libertar os territórios ocupados”, afirmou Natalia Humeniuk, porta-voz do Comando Operacional Sul da Ucrânia, à CNN, acrescentando: “Todos os detalhes estarão disponíveis após a operação está cumprida.”

    Os planos surgem quando a guerra ultrapassa sua marca de seis meses, com avaliações dos EUA indicando que a Rússia conseguiu implantar menos unidades nas linhas de frente do que se pensava inicialmente, de acordo com um alto funcionário estadunidense.

    O funcionário disse que muitas das unidades existentes — que a Rússia organiza em Grupos Táticos de Campo de Batalha, ou BTGs, compreendendo infantaria, tanques, artilharia e defesa aérea – estão sendo com falta de pessoal, algumas até com metade de sua força de trabalho normal.

    Os EUA também têm observado as forças ucranianas se beneficiando do uso de lançadores de foguetes móveis HIMARS fornecidos pelos EUA e pela Otan, que permitiram à Ucrânia atacar e destruir alvos em território controlado pela Rússia.

    A CNN informou na semana passada que autoridades americanas e europeias observam que a Ucrânia usou com sucesso um método de guerra de resistência desenvolvido pelas forças de operações especiais dos EUA para lutar contra a Rússia e atolar  seu muito superior exército.

    O Conceito Operacional de Resistência foi desenvolvido em 2013 após a guerra da Rússia contra Geórgia, em 2008, mas seu valor só foi percebido após a invasão russa da península da Crimeia em 2014. Ele fornece um plano para nações menores resistirem e enfrentarem efetivamente um vizinho maior que tenta invadi-lo.

    Nem autoridades ucranianas nem norte-americanas estão revelando os principais alvos da esperada contra-ofensiva.

    Nas últimas semanas, as forças ucranianas têm feito avanços em torno da importante cidade de Kherson, no sul, atualmente ocupada por forças russas. Kherson é considerado crucial para o controle da costa sul da Ucrânia e o acesso ao Mar Negro.

    Forças ucranianas e russas também se envolveram em intensos combates nos últimos dias em torno da usina nuclear — a maior da Europa — na cidade de Zaporizhzhia.

    A operadora nuclear da Ucrânia, Energoatom, disse na sexta-feira (26) que a usina foi reconectada à rede elétrica da Ucrânia um dia depois que a usina foi desligada pela primeira vez em sua história.

    *Oleksandra Ochman, Kostan Nechyporenko, Hira Humayun, Darya Tarasova, Michelle Velez, Oren Liebermann e Julia Kesaieva contribuíram para esta reportagem.

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