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    Forças israelenses intensificam ataques em Rafah, no sul de Gaza

    Mais da metade da população de Gaza está abrigada na cidade

    Nidal al-MughrabiHumeyra Pamukda Reuters

    As forças israelenses bombardearam áreas na cidade de Rafah, na fronteira sul, onde mais da metade da população de Gaza está abrigada, nesta quinta-feira (8), um dia depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou uma proposta para acabar com a guerra no enclave palestino.

    Netanyahu disse na quarta-feira (7) que os termos propostos pelo Hamas para um cessar-fogo que também envolveria a libertação de reféns mantidos pelo grupo palestino eram “ilusórios” e prometeu continuar lutando, afirmando que a vitória estava ao alcance e a apenas alguns meses de distância.

    A rejeição ocorreu após intensa diplomacia para pôr fim ao conflito de quatro meses antes da ameaça de ataque israelense a Rafah, que agora abriga mais de um milhão de pessoas, muitas delas em barracas improvisadas e com falta de alimentos e medicamentos.

    As agências de ajuda humanitária alertaram para uma catástrofe humanitária se Israel levar adiante sua ameaça de entrar em uma das últimas áreas remanescentes da Faixa de Gaza, para a qual suas tropas não se deslocaram durante a ofensiva terrestre.

    O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na quarta-feira que entrar em Rafah, na fronteira com o Egito, “aumentaria o que já é um pesadelo humanitário com consequências regionais incalculáveis”.

    Israel diz que toma medidas para evitar vítimas civis e acusa os militantes do Hamas de se esconderem entre os civis, inclusive em abrigos de escolas e hospitais, o que leva a mais mortes de civis. O Hamas nega.

    Aviões israelenses bombardearam áreas em Rafah na manhã de quinta-feira, segundo moradores, matando pelo menos 11 pessoas em ataques a duas casas. Tanques também bombardearam algumas áreas no leste de Rafah, intensificando os temores dos moradores de um ataque terrestre iminente.

    “Estamos de costas para a cerca (da fronteira) e de frente para o Mediterrâneo. Para onde devemos ir?”, disse Emad, de 55 anos, um deslocado que é pai de seis filhos.

    “Não há lugar para onde ir. Mais de um milhão estão fazendo essa pergunta hoje; para onde devemos ir?”, declarou Emad à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.

    Pressão diplomática

    Apesar da rejeição de Israel à proposta do Hamas, mais conversações estão planejadas e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em sua quinta viagem à região desde o início da guerra, disse que vê espaço para mais negociações.

    Em uma coletiva de imprensa realizada tarde da noite em um hotel de Tel Aviv na quarta-feira, Blinken afirmou que os elementos da proposta apresentada pelo Hamas continham “pontos não obrigatórios” claros, sem dizer quais eram.

    “Mas também vemos espaço no que foi apresentado para prosseguir com as negociações, para ver se podemos chegar a um acordo. É isso que pretendemos fazer”, disse ele.

    Uma delegação do Hamas, liderada pelo oficial sênior Khalil Al-Hayya, chegou ao Cairo na quinta-feira para conversações sobre o cessar-fogo com o Egito e o Catar, os mediadores na mais recente investida diplomática.

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