Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Forças de paz da Otan protegem prefeituras em Kosovo após protestos

    Maioria sérvia não reconhece eleições municipais em quatro cidades da região, que contou apenas com os votos da população de etnia albanesa e forma organizadas pelo governo kosovar 

    Da CNN , Leposavic, Kosovo

    Soldados de manutenção da paz da Otan formaram cordões de segurança em torno de quatro prefeituras no Kosovo nesta segunda-feira (29) para conter protestos contra prefeitos de etnia albanesa que assumiram os cargos em uma área de maioria sérvia.

    Em Zvecan, uma das cidades, a polícia de Kosovo – composta inteiramente por albaneses étnicos depois que todos os sérvios deixaram a força no ano passado – jogou gás de pimenta para repelir uma multidão de sérvios que romperam uma barricada de segurança e tentaram forçar a entrada no edifício municipal, disseram testemunhas.

    Em Leposavic, perto da fronteira com a Sérvia, tropas de manutenção da paz dos Estados Unidos com equipamento antimotim colocaram arame farpado em volta do edifício municipal para protegê-lo de centenas de sérvios furiosos reunidos nas proximidades.

    As tropas da Otan também agiram para proteger as prefeituras em Zubin Potok e North Mitrovica de possíveis ameaças.

    Os sérvios, que formam a maioria no norte de Kosovo, nunca aceitaram a declaração de independência do país da Sérvia em 2008 e ainda veem Belgrado como sua capital mais de duas décadas depois do levante albanês de Kosovo contra o regime repressivo sérvio. A Sérvia também se recusou a reconhecer um Kosovo independente.

    Entenda o caso

    As tensões entre a maioria sérvia e a população kosovar, de origem albanesa, aumentaram após o anúncio de eleições para governos autônomos locais em quatro municípios do norte do Kosovo – Zvecan, Zubin Potok, Leposavic e Mitrovica. Os sérvios se colocaram contra o pleito, alegando que ela estava diretamente vinculada ao governo kosovar, que não é reconhecida por Belgrado.

    Os planos iniciais do governo de Kosovo eram de realizar as eleições em dezembro do ano passado, mas o forte boicote dos sérvios provocou um adiamento para 23 de abril.

    Apesar de a nova data ter sido estipulada, o Serb List, principal partido da maioria sérvia, seguiu boicotando as eleições. Mesmo assim, as eleições foram confirmadas. “É impossível tolerar mais adiamentos das eleições. Não podemos tolerar um vazio nas instituições,” afirmou o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, na ocasião.

    No dia 23, as eleições foram de fato realizadas, com uma participação pífia: apenas 3,47% dos eleitores (1.566 albaneses e 13 sérvios) compareceram às urnas. Os sérvios da região alegaram o baixo comparecimento como argumento para não aceitar o resultado das urnas.

    No último dia 19, ocorreu a posse do primeiro dos quatro prefeitos, na cidade dividida de Mitrovica. Erden Atiq assumiu o cargo quase um mês após o pleito e causou ira no governo sérvio. No mesmo dia o representante dos sérvios para a região de Kosovo e Metohija, Petar Petkovic, acusou o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, de estimular uma “ocupação” e que uma eventual posse das prefeituras pelos albaneses desencadearia um novo conflito com Belgrado.

    Dias depois, o presidente sérvio Aleksandar Vucic colocou o exército do país em alerta total de combate e ordenou que as unidades militares se aproximassem da fronteira com Kosovo após os confrontos. Mais tarde, o ministro da Defesa Milos Vucevic afirmou que uma “linha vermelha” estava sendo ultrapassada, sugerindo que o risco de um novo conflito entre os dois países é real. “Alguém precisa entender que o que (o primeiro-ministro do Kosovo) Albin Kurti está fazendo está nos levando a linhas vermelhas e a um colapso total do diálogo e uma escalada no terreno”, disse.

    (Publicado por Fábio Mendes, com informações da Reuters)

    Tópicos