Foguetes disparados de carro tinham como alvo o aeroporto de Cabul, dizem EUA

Até cinco foguetes foram disparados contra o Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, nesta segunda-feira (30), disse um funcionário do governo dos Estados Unidos à CNN.

O sistema de defesa C-RAM instalado no aeroporto na capital afegã interceptou os foguetes, disse a fonte norte-americana. Não há relatos de vítimas até o momento.

O C-RAM é um sistema automatizado que detecta ataques e usa uma metralhadora para destruir os foguetes antes que eles atinjam os alvos. O sistema tem sido usado no Iraque e no Afeganistão para interceptar e destruir projéteis que se aproximam das forças dos EUA.

O funcionário norte-americano disse que os foguetes direcionados ao aeroporto provavelmente foram lançados pelo Estado Islâmico-K, ramo do grupo no Afeganistão, mas advertiu que ainda cedo para ter certeza.

Um veículo civil foi usado como plataforma improvisada no ataque com foguetes. Vídeos obtidos pela CNN mostram o veículo em chamas em uma rua no bairro de Khair Khana, em Cabul, depois que os foguetes foram disparados.

Os restos do carro incinerados estão cobertos de destroços, faltam vidro faltando em todas as janelas e os pneus estão derretidos. O carro parece ter sido modificado, com seis grandes tubos visíveis dentro do esqueleto carbonizado.

Zia ud Din, uma vendedora de batatas fritas cuja casa ficava ao lado de onde o carro estava estacionado, ouviu o estrondo dos foguetes sendo lançados.

“Houve alguns big bangs, estávamos todos dentro de casa – toda a família – quando ouvimos os estrondos, corremos para o jardim e tudo pegou fogo”, disse ele. “Felizmente, ninguém foi morto ou ferido.”

Os combatentes do Talibã inicialmente isolaram a rua, dizendo aos transeuntes que a situação continuava perigosa, embora mais tarde tenham permitido que jornalistas passassem pelo local.

Testemunhas disseram que um dos foguetes atingiu um prédio próximo. O impacto de um foguete foi visível em um arranha-céu próximo, embora combatentes do Talibã e testemunhas oculares tenham dito que não houve vítimas no prédio.

O ataque do foguete ocorre poucos dias depois que dois ataques suicidas no aeroporto mataram mais de 170 pessoas, incluindo 13 militares norte-americanos. Pelo menos 200 pessoas ficaram feridas no atentado de quinta-feira (26).

O Estado Islâmico em Khorasan, conhecido como Estado Islâmico-K, afirmou que um militante do grupo executou o ataque suicida, mas não forneceu evidências para comprovar a afirmação.

No sábado (28), o presidente dos EUA, Joe Biden, alertou que outro ataque terrorista no aeroporto era “altamente provável nas próximas 24 a 36 horas”, citando comandantes militares dos EUA.

No domingo (29), as forças dos EUA lançaram um ataque de drones visando supostos militantes do Estado Islâmico-K, o segundo ataque desse tipo em três dias. Embora os EUA inicialmente tenham dito que não havia indícios de vítimas civis, os militares reconheceram os relatos de vítimas no final do domingo.

Nove membros de uma família – incluindo seis crianças, a mais jovem com apenas 2 anos – foram mortos em um ataque de drone dos EUA contra um veículo em Cabul, disse um parente da família à CNN.

As forças dos EUA correram para concluir sua operação de saída do Afeganistão antes do prazo desta terça-feira (31) para retirar todas as tropas dos EUA e sob a ameaça de um novo ataque terrorista no aeroporto.

Embora o governo tenha enfrentado apelos internacionais e internos para estender o prazo, Biden insistiu que o país encerrará as operações até o final do mês.

Desde 13 de agosto, os EUA retiraram e facilitaram a retirada de cerca de 114.400 pessoas do Afeganistão, disse um funcionário da Casa Branca no domingo.

No início desta segunda-feira (30), moradores de Cabul disseram ter ouvido uma explosão nas primeiras horas da manhã, embora não houvesse nenhuma indicação clara do tipo de explosão ou qualquer confirmação oficial da origem da explosão.

Biden foi informado sobre o ataque com foguetes, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, em um comunicado.

Psaki acrescentou que Biden foi informado que “as operações continuam ininterruptas” no aeroporto, à medida que o prazo de terça-feira se aproxima.

(Texto traduzido; leia o original em inglês)