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    Finlândia planeja construir cerca na fronteira com a Rússia no próximo ano

    A capital finlandesa já havia restringido a entrada de russos desde setembro, quando o governo da Rússia tentou mobilizar cidadãos para lutar na guerra

    James FraterXiaofei Xuda CNN

    A Finlândia, um dos poucos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que compartilha uma fronteira com a Rússia, anunciou uma proposta para gastar 139 milhões de euros (R$ 774,12 milhões) na construção de uma barreira na fronteira oriental com a Rússia em 2023, disse a Guarda de Fronteira finlandesa na sexta-feira (18).

    “Na avaliação da Guarda de Fronteira finlandesa, a mudança no ambiente de segurança tornou necessária a construção de uma barreira ao longo de parte da fronteira oriental”, disse em um comunicado.

    “Se a Rússia reduzir o seu controle da fronteira, isso pode causar pressão adicional no lado finlandês para controlar a entrada ilegal. A Finlândia não pode confiar na eficácia do controle de fronteira russo”, disse o comunicado.

    A cerca na fronteira planejada deve se estender por uma distância de 130 a 260 quilômetros – apenas parte da fronteira de 1.335 quilômetros que o país compartilha com a Rússia – e virá acompanhada de equipamentos de vigilância e uma estrada de patrulha também.

    A construção dessa cerca deve levar de três a quatro anos e ela deve aguentar durante cerca de 50 anos, de acordo com a Guarda de Fronteira finlandesa.

    Uma seção piloto da cerca será construída em Imatra a partir da primavera de 2023.

    Helsinque, a capital da Finlândia, restringiu cada vez mais as travessias na fronteira oriental que compartilha com a Rússia.

    A fronteira finlandesa foi um dos poucos pontos de entrada para os russos depois que muitos países ocidentais fecharam seu espaço aéreo e suas fronteiras para aviões russos em resposta à invasão da Ucrânia.

    A Finlândia fechou sua fronteira com a Rússia no final de setembro, na época em que o tráfego terrestre entre os dois países se intensificou, quando os russos tentaram fugir da “mobilização parcial” de centenas de milhares de cidadãos para lutar na guerra feita por Vladimir Putin.

    “O governo considera que a mobilização russa e o volume crescente de turistas que chegam à Finlândia e transitam pelo país põem em risco a posição internacional e as relações internacionais da Finlândia”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores da Finlândia em um comunicado na época.

    Ele disse que, embora a “resolução vise interromper completamente o turismo e o trânsito relacionado da Rússia”, ela “não impedirá viagens quando for considerado necessário por razões humanitárias, por interesses nacionais ou para cumprir as obrigações internacionais da Finlândia”.

    De acordo com um comunicado de novembro da Guarda de Fronteira finlandesa, “a quantidade de entradas diminuiu significativamente depois que as restrições entraram em vigor”.

    Em 29 de setembro, cerca de 8.583 cidadãos russos cruzaram a fronteira leste da Finlândia vindos da Rússia. Esse número caiu para 1.700 quando as restrições começaram em 30 de setembro, de acordo com as estatísticas da Guarda de Fronteira.

    Na sexta-feira, o chefe de assuntos internacionais da Guarda, Matti Pitkaniitty, disse no Twitter que a barreira proposta “é muito mais do que apenas uma cerca. É uma infraestrutura de fronteira totalmente nova e uma nova abordagem para vigilância de fronteira”.

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