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    Finlândia está preparada para ameaças da Rússia se aderir à Otan, diz chanceler à CNN

    Pekka Haavisto afirmou que invasão russa à Ucrânia mudou a opinião pública finlandesa e a posição do país sobre uma possível adesão à aliança

    Zeena Saifida CNN

    Um dia depois que a primeira-ministra da Finlândia confirmou que uma decisão sobre a adesão à Otan será tomada “dentro de semanas”, o ministro das Relações Exteriores do país, Pekka Haavisto, disse à CNN que espera uma reação da Rússia e está “preparado para diferentes tipos de ameaças”.

    “A Finlândia tem um exército bastante forte. Temos mais de 280 mil reservistas, temos um exército de recrutamento, acabamos de investir em caças F-35, 60 deles estão vindo para a Finlândia e assim por diante. Portanto, temos cuidado muito bem de nossas forças de defesa nacional. Mas é claro que vivemos em um mundo, como vemos no ataque da Rússia contra a Ucrânia, que também aparecem novas ameaças à segurança” disse o chanceler.

    Em entrevista a Becky Anderson, da CNN, Haavisto ainda afirmou que “através de uma cooperação mais estreita com a Otan, podemos lidar com todas essas diferentes ameaças”.

    A Rússia vem fazendo declarações ameaçadoras sobre a adesão da Suécia e da Finlândia à Otan, dizendo que isso traria “sérias repercussões militares e políticas”.

    No início da guerra, Putin deixou claro que um de seus objetivos era reverter os avanços da Otan no Leste Europeu para onde estavam na década de 1990. Agora, Finlândia e Suécia — nações que não são oficialmente alinhadas — estão cada vez mais perto de se juntar à aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

    Quando perguntado pela CNN sobre a mudança de posição da Finlândia em relação à neutralidade militar, Haavisto disse que a natureza do ataque da Rússia à Ucrânia mudou.

    “Primeiro, a Rússia está pronta para assumir riscos maiores em sua vizinhança. Em segundo lugar, eles podem concentrar mais de 100 mil soldados nas fronteiras em qualquer momento, como vimos na fronteira da Ucrânia. E terceiro — isso é mais uma especulação aberta — o uso potencial de armas nucleares ou mesmo químicas. É claro que tudo isso está afetando também a segurança finlandesa”, disse o ministro das Relações Exteriores.

    Segundo a primeira-ministra Sanna Marin, a Finlândia espera encerrar as discussões sobre a potencial candidatura do país à adesão à Otan “em meados do verão”. Haavisto disse à CNN que a invasão da Ucrânia pela Rússia mudou o discurso público dentro de seu país.

    A Suécia deve concluir uma análise de sua política de segurança até o final de maio. Uma autoridade sueca disse anteriormente à CNN que o país poderia tornar sua posição pública mais cedo, dependendo de quando a vizinha Finlândia o fizer.

    “Vimos uma grande mudança na opinião pública na Finlândia durante as últimas semanas. Uma clara maioria da população está agora apoiando a adesão à Otan. O parlamento finlandês discutirá este assunto nas próximas semanas e, se a maioria se declarar a favor, o processo prosseguirá. Então, dependerá dos 30 estados-membros da Otan o quão rápido o processo pode ser”, acrescentou.

    O presidente dos EUA, Joe Biden, disse esta semana que as atrocidades que estão sendo descobertas na Ucrânia enquanto a Rússia continua sua invasão se qualificam como “genocídio”.

    Outros líderes rejeitaram o uso do termo, como o presidente francês Emmanuel Macron. Haavisto disse que a Finlândia apoia o Tribunal Penal Internacional investigando o que exatamente aconteceu.

    “Acho muito importante que, antes da definição do que exatamente aconteceu, tenhamos a investigação completa de lugares como Bucha e outros lugares onde certamente civis foram atacados de uma maneira que não é permitida pela legislação internacional”, disse o chanceler finlandês.

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