Filho de ex-ditador anuncia candidatura presidencial das Filipinas para 2022

O único filho do falecido ditador das Filipinas, Ferdinand Marcos, disse na terça-feira (6) que se candidatará à presidência no ano que vem, tornando-se o quarto candidato a anunciar sua intenção de suceder o atual presidente Rodrigo Duterte, de 76 anos.

Ferdinand Marcos Jr., popularmente conhecido como “Bongbong”, anunciou sua candidatura para as eleições presidenciais de 2022 em um vídeo de cinco minutos no Facebook, exortando os filipinos a “se juntarem a mim nesta mais nobre das causas e teremos sucesso”.

“Unificar a liderança…pode nos guiar durante crise, colocar nosso pessoal de volta ao trabalho em segurança, para que todos nós possamos começar a viver nossas vidas novamente”, disse Marcos Jr., de 64 anos.

Ferdinand Marcos Sr. morreu em exílio no Havaí três anos depois de fugir das Filipinas após a revolução de 1986 que encerrou suas décadas como ditador – um governo que viu milhares de pessoas presas e torturadas.

A viúva do falecido ditador, Imelda Marcos, voltou às Filipinas e foi eleita quatro vezes para a Câmara dos Deputados, apesar das polêmicas sobre as enormes somas de dinheiro que ela e seu marido saquearam do país.

Marcos Jr. concorreu à vice-presidência na eleição de 2016, mas perdeu por pouco para o titular Leni Robredo. Ele também atuou como deputado representando a província de Ilocos Norte e ocupou os cargos de governador e vice-governador lá – a base tradicional do poder da dinastia Marcos.

Seu anúncio na terça-feira coincidiu com ele assumindo a presidência do Partido Federal ng Pilipinas, de acordo com sua equipe, informou a CNN Filipinas.

Marcos Jr. entregou seu certificado de candidatura ainda no mesmo dia, antes do prazo estipulado para sexta-feira (8).

De acordo com a constituição das Filipinas, o presidente está limitado a um único mandato de seis anos.

Além de Marcos Jr., a estrela do boxe Manny Pacquiao, o prefeito de Manila, Francisco Domagoso, e o senador Panfilo “Ping” Lacson concorrem para substituir Duterte.

A disputa pela presidência foi repetidamente ofuscada pelo polêmico incumbente, que atualmente enfrenta uma investigação do Tribunal Penal Internacional sobre sua “guerra às drogas”, na qual a polícia diz que mais de 6.600 pessoas foram mortas.

Em setembro, Duterte disse que havia aceitado a indicação de seu partido para concorrer à vice-presidência nas eleições de 2022, uma medida rotulada de “tomada de poder cínica” pela oposição. Porém, menos de um mês depois, Duterte disse, em vez disso, que se aposentaria da política no final de seu mandato.

Mesmo se ele se aposentar, Duterte pode continuar a influenciar a política das Filipinas por meio de vários possíveis sucessores, incluindo sua filha mais velha, a prefeita de Davao, Sara Duterte-Carpio, que foi apontada como uma candidata em potencial em 2022.

Texto traduzido. Leia o original em inglês.