FBI investiga número “sem precedentes” de ameaças contra agência após buscas em casa de Trump
Agência levou cerca de 11 conjuntos de materiais confidenciais da residência do ex-presidente americano
O FBI está investigando um número “sem precedentes” de ameaças contra funcionários e propriedades do escritório após a busca no resort Mar-a-Lago do ex-presidente Donald Trump, incluindo algumas contra agentes listados nos registros do tribunal como envolvidos na recente busca, uma fonte de aplicação da lei disse à CNN.
Na sexta-feira, os nomes dos dois agentes que assinaram a papelada do mandado de busca circularam online. Os nomes foram incluídos em uma versão do mandado de busca que vazou antes da abertura oficial dos documentos. A versão divulgada pelo tribunal redigiu os nomes dos agentes.
Funcionários da divisão da sede do FBI responsável pela segurança de pessoal também observaram esforços de atores online para postar publicamente – também conhecido como “doxxing” – as informações pessoais de outros funcionários do escritório, incluindo aqueles envolvidos na busca da residência de Trump, disse uma fonte à CNN.
Ao contrário de outros oficiais da comunidade de inteligência dos EUA que operam disfarçados, a esmagadora maioria dos funcionários do FBI opera em nome verdadeiro, observou a fonte, o que torna aqueles nomeados em documentos judiciais relativos à busca particularmente vulneráveis a atores online nefastos.
O aumento do nível de ameaças segue uma semana de alto perfil para o escritório em que os agentes executaram um mandado de busca na propriedade de Trump em Palm Beach como parte de uma etapa de coleta de evidências em uma investigação de segurança nacional sobre registros presidenciais, incluindo documentos confidenciais, levados para a Flórida.
O mandado, que foi aberto e divulgado por um juiz federal na sexta-feira, revelou que o Departamento de Justiça está investigando possíveis violações da Lei de Espionagem, obstrução da justiça e manipulação criminal de registros do governo, como parte de sua investigação.
Nos dias que se seguiram à busca, ameaças violentas surgiram online, com cartazes dizendo: “Garland precisa ser assassinada” – referenciando o Procurador-geral, Merrick Garland, que “aprovou pessoalmente” a decisão de buscar um mandado – e “matar todos os federais”.
Além disso, a biografia e as informações de contato do juiz federal que assinou o mandado de busca foram apagadas do site de um tribunal da Flórida depois que ele também se tornou alvo de ameaças violentas. Um homem com um rifle AR-15 e uma pistola de pregos tentou invadir o escritório de campo do FBI em Cincinnati.
Ele foi morto horas depois, após um impasse com as autoridades. Embora o motivo do suspeito ainda não tenha sido identificado, ele era conhecido do FBI porque tinha uma conexão não especificada com o motim de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA e porque tinha associados dentro de um grupo extremista de extrema direita, dois fontes policiais disseram à CNN na sexta-feira.
O diretor do FBI, Chris Wray, abordou a segurança dos funcionários do escritório em um memorando distribuído esta semana.
“Deixe-me também garantir que sua segurança e proteção são minha principal preocupação agora. A Divisão de Segurança está trabalhando em toda a agência enquanto continuamos vigilantes e ajustamos nossa postura de segurança de acordo”, disse Wray no comunicado revisado pela CNN.
A Divisão de Segurança do FBI em Washington notificou os mais de 38 mil funcionários da agência em todo o país para permanecerem vigilantes ao operar dentro e ao redor das instalações da agência, disseram duas fontes policiais federais à CNN.
O FBI se recusou a comentar sobre quaisquer ameaças específicas contra funcionários da agência, mas disse à CNN em comunicado que a agência “sempre está preocupada com a violência e ameaças de violência à aplicação da lei, incluindo os homens e mulheres do FBI”.
“Trabalhamos em estreita colaboração com nossos parceiros de aplicação da lei para avaliar e responder a essas ameaças, que são repreensíveis e perigosas”, disse o comunicado. “Como sempre, gostaríamos de lembrar aos membros do público que, se observarem algo suspeito, devem denunciá-lo imediatamente às autoridades”.
Esta história foi atualizada com relatórios adicionais.
Evan Perez e Shawna Mizelle, da CNN, contribuíram para este relatório.
