Famílias vítimas do 11/9 não querem Biden em memorial se ele não quebrar sigilos
Os parentes há muito buscam documentos do governo dos EUA sobre se a Arábia Saudita ajudou ou financiou qualquer uma das 19 pessoas associadas à Al Qaeda
Os familiares das vítimas dos ataques de 11 de setembro estão se opondo à participação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em eventos memoriais, a menos que ele quebre sigilo de documentos do governo que eles afirmam mostrarem que os líderes da Arábia Saudita apoiaram os ataques.
Os familiares das vítimas, acompanhados pelos primeiros respondentes e sobreviventes do ataque, divulgaram uma carta nesta sexta-feira (6), quando o 20º aniversário do evento se aproxima, pedindo a Biden que pule os eventos memoriais deste ano, a menos que ele libere os documentos.
“Vinte anos depois, simplesmente não há razão – alegações imerecidas de ‘segurança nacional’ ou outra – para manter esta informação em segredo”, afirma a carta.
“Mas se o presidente Biden renegar seu compromisso e ficar do lado do governo saudita, seríamos obrigados a nos opor publicamente a qualquer participação de seu governo em qualquer cerimônia comemorativa do 11 de setembro.”
No total, cerca de 1.700 pessoas diretamente afetadas pelos ataques de 11 de setembro assinaram a carta. A embaixada saudita em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Os familiares das vítimas do 11 de setembro há muito buscam documentos do governo dos Estados Unidos sobre se a Arábia Saudita ajudou ou financiou qualquer uma das 19 pessoas associadas à Al Qaeda que realizaram o ataque devastador, derrubando aviões contra o World Trade Center de Nova York, o Pentágono fora de Washington e um campo da Pensilvânia. Quase 3.000 pessoas morreram.
Quinze dos 19 sequestradores eram da Arábia Saudita. Uma comissão do governo dos EUA não encontrou evidências de que a Arábia Saudita financiou diretamente a Al Qaeda. Deixou em aberto se os funcionários individuais poderiam ter feito isso.
A Arábia Saudita está sendo processada em bilhões de dólares pelas famílias de cerca de 2.500 dos mortos e por mais de 20.000 pessoas feridas, empresas e várias seguradoras.